CONDUTOR E OCUPANTES
Cinco metros de vida
Ter ao dispor uma boa visibilidade é algo que proporciona ao condutor a possibilidade de analisar o meio rodoviário e antecipar eventuais acontecimentos impróprios ao à segurança rodoviária.
Segundo o Código da estrada, todo o condutor que pretenda parar ou estacionar nas imediações de uma passadeira e antes desta, terá de deixar entre o seu veículo e esse espaço destinado á travessia da faixa de rodagem, uma distância nunca inferior a cinco metros.
Pretende-se com esta distância mínima criar uma área de segurança que permita, não apenas aos condutores mas também aos peões, perceberem se podem abordar o espaço da travessia em condições de segurança para ambos os intervenientes.
No entanto, deparamo-nos com situações rodoviárias reais que entram em conflito com esta pretensão. Ou por incúria e falta de civismo dos condutores, associada a uma deficiente fiscalização por parte das entidades competentes, ou por autorização expressa de quem regula e orienta o trânsito dentro das localidades, leia-se autarquias municipais que, na ânsia de conseguirem mais lugares de estacionamento, marcam e definem lugares de estacionamento nessa área de segurança.
Acontece que, não deixando livre esse espaço que antecede a passadeira, os condutores que dela se acercam, apenas se conseguem aperceber da exist~encia de peões, quando estão a entrar na zona por ela ocupada, o que implica um risco demasiado elevado. Se nos recordarmos que em muitos casos os veículos ali estacionados são da categoria “mercadorias” e ostentam dimensões enormes, facilmente percebemos que a possibilidade de avistar peões na proximidade da passadeira e com intensões de a utilizar, diminui exponencialmente.
Já os peões, ao desejarem atravessar a via utilizando a passadeira, ficam condicionados na sua segurança, uma vez que apenas conseguem avaliar o trânsito que circula e deste modo darem-se a ver, quando saem detrás dos veículos estacionados, ou seja, em muitos casos, já no meio da faixa de rodagem.
Devemos recordar-nos que anualmente, em Portugal, muitas são as vitimas mortais ou gravemente feridas por atropelamento. Muitas delas em plena passadeira.
Sabendo-se deste facto, dos elevados valores e nefastas consequências, já é horas das entidades com responsabilidade de gestão do trânsito em localidades e fiscalização rodoviária olharem para este problema de frente e intervirem, nomeadamente implementando soluções preventivas e dissuasoras ao não estacionamento naquele espaço, assim como penalizar efetivamente quem o utilize de forma negligente.
Em relação aos peões, deverá ser lançada uma campanha agressiva de sensibilização, no sentido de levar os peões a utilizarem e fazerem utilizar as passadeiras e com maior segurança.
Afinal, quantas mais pessoas terão de “tombar” para que se tomem providências eficientes?
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