Lousã pelo Ramal
O movimento Lousã pelo Ramal exigiu esta quarta-feira a reposição da circulação ferroviária no Ramal da Lousã, com extinção da sociedade Metro Mondego (MM) e o regresso do serviço público de transporte à responsabilidade da CP.
A "reposição urgente" dos carris, a devolução da linha entre Serpins e Coimbra à exploração pela CP, com a sua reintegração na Rede Ferroviária Nacional, gerida pelo Estado através da empresa pública Refer, são algumas das exigências do movimento, que divulgou um manifesto aprovado num plenário realizado na Lousã, na terça-feira à noite, para assinalar os seis anos do encerramento da linha para obras.
Criado há um ano, na Lousã, distrito de Coimbra, o movimento exige que o Governo "decida por uma solução electrificada para o Ramal da Lousã, aproveitando os fundos comunitários europeus para a ferrovia, salvaguardando o futuro transporte de mercadorias" e a ligação à Rede Ferroviária Nacional.
"Após seis anos de interrupção de um serviço ferroviário centenário, Lousã pelo Ramal não pode deixar de manifestar a sua indignação perante a situação e impasse a que se chegou, que condiciona gravemente a mobilidade dos lousanenses e mirandenses para acesso ao trabalho, ao estudo e à saúde" na capital do distrito.
O movimento Lousã pelo Ramal reúne cidadãos da região, incluindo autarcas, empresários, dirigentes associativos e militantes de diferentes partidos, e tem como porta-voz o engenheiro civil e ex-atleta olímpico Pedro Curvelo, que foi também vereador na Câmara da Lousã em representação do PSD.
No manifesto, intitulado "Pela reposição urgente do Ramal da Lousã" e citado pela Lusa, são rejeitadas "soluções ditas alternativas de autocarros eléctricos e do fantasma Metro Mondego, sem qualquer viabilidade de financiamento e desadequado a uma via com características suburbanas", sendo defendida "a extinção de uma vez por todas" da MM, considerada "um sorvedouro de dinheiros públicos e sem qualquer actividade" há vários anos.
É igualmente preconizada a "responsabilização conjunta" do Governo e dos municípios da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra "numa solução urgente e viável para o Ramal da Lousã, com o reconhecimento de que o projecto MM não passou de um grande embuste".
O movimento reitera o seu apoio a uma proposta do professor universitário Manuel Tão, doutorado em Transportes pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, que aponta para a reposição do serviço ferroviário entre Serpins e Coimbra Parque, "com uma ligação técnica" a Coimbra B.
Entre outras alegadas vantagens, esta solução "pode manter a bitola ibérica", mantendo o acesso à Rede Ferroviária Nacional, permitindo "a reposição imediata do Ramal da Lousã e uma futura interligação com um metro que venha a existir" em Coimbra.
"Não se tolera que os sucessivos governos, as câmaras municipais (...) e administrações da MM tenham decidido ou permitido a destruição da linha ferroviária da Lousã e posteriormente a tenham abandonado", lê-se no documento, aprovado por cerca de 50 cidadãos presentes, com apenas uma abstenção.
Por fim, Lousã pelo Ramal apela às câmaras de Coimbra, Lousã e Miranda "para que defendam de facto o interesse dos utentes e que não se deixem manipular por soluções megalómanas e irrealistas". O manifesto será entregue às câmaras e assembleias municipais da região, ao Governo e aos partidos com assento parlamentar. No dia 16, o movimento vai assinalar os 109 anos do Ramal da Lousã com um jantar aberto aos cidadãos interessados.
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