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Um
pequeno conto de Natal
Estamos a 14
dias de 24.12.2019, e, precisamente por isso, dei comigo a pensar escrever algo
sobre uma conversa que tive há alguns dias com um amigo de longa data que não
via há uns tempos.
Recordamos
muitos momentos vividos, e conferimos o ponto de situação das nossas famílias e
o Natal que aí vem.
Eu sabia que
ele tinha casado, pela igreja, e que tinha constituído uma família, com vários
filhos e até diversos netos. Perguntei-lhe como ia ser o Natal dele.
Eis o que
ele me contou: «Sabes,
a vida dá muitas voltas, e pela primeira vez, estou muito desanimado com a
falta de espírito do Natal, como havia antigamente.
O Natal era
uma época, em que havia muito amor no coração, uma preocupação de fazer um
presépio e uma árvore de Natal, com presentes que até nem eram caros, mas que
eram oferecidos a pensar nos gostos e/ou utilidades, um a um, em que se faziam
refeições apuradas, em que haviam rabanadas, sonhos, pudim de castanha, e em
que havia boa disposição e alegria. Em que pensávamos nos pobres, e no prazer
que havia em ajudá-los nesse dia especial.
Agora, a
terceira geração pensa nos avós muito pouco, os Pais não os ensinam a amar os
avós, eles são a “peste grisalha” os “kotas”, e não têm tempo para estar com
eles.
Dentro da
família, não se pratica usar o que o Papa actual, insiste em recuperar =
OBRIGADO – DESCULPE - SE FAZ FAVOR, em que os filhos em vez de venerarem os
Pais, faltam-lhes ao respeito e falam-lhes asperamente!
A tudo isso,
a minha vida física e mental, vai tendo mais limitações, e uma coisa muito
pior, já não tenho mulher! Estou sozinho».
E continuava
ele:
«Neste
quadro, como é que achas que eu posso ter um Natal feliz? Eu perdi o interesse
pelo Natal, pelo convívio com outros, há muito egoísmo, muita falta de
humildade, muito convencimento de muitos, muita recusa de outros em
reconhecerem que estão a fazer muita coisa errada, praticando intensamente uma
religião adulterada, falsa e hipócrita!
Nesse dia
irei às campas dos meus entes queridos, conversar com eles demoradamente,
referindo que respeitei o casamento católico que fiz, eduquei os meus filhos
com amor e responsabilidade, em que procurei HONRAR PAI E MÃE. Depois, ao
jantar, cômo qualquer coisa light, e deito-me muito cedo.».
Claro que
tentei animá-lo, desviando a conversa para outros temas que sei que ainda se
interessa, e, depois, lá nos despedimos com um forte abraço sentido.
Henrique Manuel de Almeida Cayolla
10 de Dezembro de 2019
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