ACEPIPES AO SABOR DAS ONDAS
(…)
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas”
(…)
Chico Buarque, em “Mulheres de Atenas”
Peniche, as suas gentes e o mar são unha com carne. Porque o solo desta península é arenoso e pouco fértil, a subsistência das populações que aqui se foram fixando esteve, desde sempre, ligada à pesca e a outras atividades marítimas.
Sim, é verdade que as figueiras se dão bem por estas bandas e que as vinhas medravam próximo do Cabo Carvoeiro, dando um excelente vinho branco. Mas pouco mais. Os produtos hortícolas tinham de vir dos concelhos circundantes, pelo que o pescado se tornou a base da alimentação. Como tempero, o suor dos pescadores, as lágrimas que corriam para as ondas, as orações por aqueles que partiam para mais um dia de faina.
É toda esta atmosfera de labuta e sacrifício que a “chef” Patrícia Borges, ela própria filha de pescador, procurou plasmar no seu livro “Gastronomia de bordo”. São sabores e memórias de muitos pescadores e cozinheiros de bordo, receitas sempre com um pé no mar e outro em terra. E sem esquecer a apanha, com as suas artes e manhas desenvolvidas ao longo de incontáveis gerações.
Este livro está ligado ao IPMA através da sua revisão científica (listagem das espécies capturadas e caracterização das artes de pesca), que esteve a cargo de dois dos seus investigadores, Tiago Bento e Pedro Gomes.
Bom apetite!
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Imagens associadas
Gastronomia de Bordo - Peniche
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