terça-feira, 13 de abril de 2021

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulga o relatório final do projeto “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)”

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O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulga o relatório final do projeto “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)”, coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do INSA, em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

estudo SM-COVID19 teve como objetivo avaliar o impacto da COVID-19 na saúde mental e bem-estar dos profissionais de saúde e de outros profissionais que estão na primeira linha de combate à pandemia, assim como da população em geral. Os dados foram recolhidos através de um questionário estruturado autoadministrado via online com duas abordagens amostrais, uma de base populacional e, outra, incidente nos profissionais de saúde.

Foram consideradas, para efeitos deste trabalho, 6079 respostas de um total de 6859 questionários preenchidos, incluindo 3982 respondentes da população geral (continente e ilhas) e 2097 profissionais de saúde com atividade em território português. As dimensões de saúde mental consideradas (bem-estar psicológico, ansiedade, depressão, perturbação de stress pós-traumático, burnout e resiliência) foram avaliadas através de instrumentos específicos e escalas validadas.

Dos resultados e conclusões apresentadas no documento, destaca-se o seguinte:

  • 34% dos indivíduos da população geral e 45% dos profissionais de saúde inquiridos apresentavam sinais de sofrimento psicológico no decurso dos 15 dias anteriores à participação no estudo;
  • 27% dos inquiridos da população geral indicaram ter sintomas moderados a graves de ansiedade, 26% sintomas de depressão e 26% sintomas de perturbação de stress pós-traumático;
  • São sobretudo as mulheres, os inquiridos entre os 18 e os 29 anos, os desempregados e os indivíduos com mais baixo rendimento quem apresenta mais frequentemente sintomas de sofrimento psicológico moderado a grave, ansiedade, depressão ou perturbação de stress pós-traumático;
  • Nos profissionais de saúde, os resultados mostram percentagens mais elevadas de sofrimento psicológico relativamente à população geral, nomeadamente no que se refere a ansiedade moderada a grave. Os mais afetados são os que estão a tratar doentes com COVID-19, com um risco de sofrimento psicológico 2,5 vezes superior aos que não estão a tratar esses doentes. É também neste grupo de profissionais de saúde que os níveis de burnout (exaustão física e emocional) são mais elevados (43%);
  • A dificuldade na conciliação trabalho-família, a preocupação com a manutenção do trabalho ou preservação do rendimento, a perceção de menos apoio social ou familiar e a preocupação relativamente ao futuro são determinantes relevantes de problemas de saúde mental na população geral;
  • Por outro lado, a resiliência, bem como a manutenção de passatempos/hobbies, de rotinas diárias e/ou de atividade física, têm um efeito protetor do bem-estar psicológico e estão associadas a um risco diminuído de sintomas de ansiedade, depressão ou stress pós-traumático;
  • Nos indivíduos que indicaram estar ou ter estado em quarentena, em isolamento ou já recuperados da COVID-19, 72% reportaram sofrimento psicológico e mais de metade referiu sintomas de depressão moderada a grave. Dos indivíduos infetados que estiveram em internamento hospitalar ou em cuidados intensivos, a maioria (92%) refere sintomas de ansiedade moderada a grave.

Consulte o relatório em acesso aberto aqui.

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