quarta-feira, 16 de junho de 2021

As próximas eleições na C.M. PORTO - artigo de Rafael Barbosa - Director Adjunto do JN

 A ABRIR Em 2025 é que vai ser... POR Rafael Barbosa Diretor-adjunto Um candidato equivocado, um candidato renitente, um candidato mal-amado e um candidato hesitante. Começa a ser tradição que o processo de escolha do candidato socialista à Câmara do Porto se transforme numa espécie de novela. Em 2017, e depois de quatro anos de namoro, o PS passou, em poucas horas, da paixão incondicional às acusações de traição a Rui Moreira. Em 2021, os socialistas optaram por um enredo alicerçado na intriga familiar. O candidato mal-amado da província (José Luís Carneiro foi autarca em Baião) voltou a ser rejeitado pelo clã urbano. O candidato renitente não se sentiu suficientemente amparado (Manuel Pizarro já conta com duas derrotas frente a Moreira, o que é capaz de não ter ajudado) e mantém-se na arena menos visceral de Bruxelas. O candidato equivocado (Eduardo Pinheiro foi durante um ano presidente na vizinha Câmara de Matosinhos e é secretário de Estado da Mobilidade) foi rápido a dar o dito por não dito, fugindo ao confronto com uma família disfuncional. Sobrou o candidato hesitante, Tiago Barbosa Ribeiro, que primeiro quis ser (e fez a Concelhia do PS, a que preside, aprovar um perfil à medida) e depois já não quis, mas que afinal será. A primeira mensagem foi para pedir união, precisamente aquilo que não terá. A segunda foi para lembrar que é muito difícil derrotar Rui Moreira. E, finalmente, para garantir que vai à luta, talvez a pensar no perfil que escreveu, ou seja, no “fortalecimento do PS na cidade para além de 2021”. Como quem diz que em 2025, sem Rui Moreira, é que vai ser. É verdade que João Pinto, portista ilustre (não confundir com portuense), deixou escrito na pedra que os prognósticos só se fazem no fim do jogo. Mas talvez tenha razão o socialista quando insinua que Rui Moreira parece imbatível, mesmo que carregue o fantasma da Selminho (há quatro anos também e conquistou a maioria absoluta). É verdade que há também um candidato social-democrata, mas Vladimiro Feliz é outra segunda escolha, sem notoriedade ou fulgor político. Mesmo que sem o espalhafato socialista, também no PSD as figuras de primeiro plano desertaram (Paulo Rangel desde logo). Em 2025, sem Rui Moreira, é que vai ser.

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