segunda-feira, 21 de junho de 2021

CUPIDEZ E INSOLÊNCIA por João Gonçalves - Jurista . Jornal de Notícias | O caso Medina, Câmara de Lisboa e António Costa

 Um livro que me acompanha recorrentemente é o “Dicionário imperfeito”, de Agustina Bessa- -Luís. Os agentes políticos deviam andar com ele por perto. A propósito deles, Agustina escreve que “politizar sem instruir provoca a intervenção do mais grosseiro rosto dos desejos humanos”. Porque “aparece a cupidez e a insolência, e por aí adiante”. Infelizmente, só há disto. O PS – no Governo, na Câmara de Lisboa ou nas televisões – não exibe outra coisa. O primeiro-ministro recebeu a presidente da Comissão Europeia, que vinha simbolicamente “libertar” verbas da famosa “bazuca”. Costa quis fazer uma gracinha e perguntou à senhora se já podia ir ao banco. Nem disfarçou. O “empréstimo” recorrente da monarquia prensa vergonhosa onde anunciou a remoção daquele funcionário, e do gabinete responsável pelo controlo das matérias de dados pessoais, para além do “gabinete presidencial” que substituirá por outros “dependentes”. Não informou, nem os jornalistas lhe perguntaram, se o responsável pelas matérias de dados pessoais teria tido o cuidado de capacitar o seu “gabinete”. Mas o “gabinete” achou que não era com eles. Não “trabalhavam”, palavra de honra, “dados sensíveis”. Medina, então, ainda menos. Carlos Moedas, depois desta “autoavaliação” estalinista, sem contraditório, afirmou o óbvio. Lisboa já não tem um presidente de Câmara. Entretanto, nas televisões, só passa verdadeiramente “a situação”, no apogeu da sua cupidez e insolência. E um PR timorato, assoberbado pela bola enquanto totem e tabu pátrio. A Oposição “é morta” como Inês de Castro. Não se queixem. É o que escolheram. O AUTOR ESCREVE SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA

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