sábado, 5 de junho de 2021

Uma vitória extraordinária : as vacinas. E agora vencer o medo | ddinis@expresso.impresa.pt

 


David Dinis

Diretor-adjunto


Uma vitória extraordinária: as vacinas. E agora vencer o medo

04 JUNHO 2021 

                                                                                                                                         

Viva!


Estivemos 15 meses à espera do momento de dizer isto e agora é tempo de o dizer bem alto: a vacinação está a correr mesmo bem e Portugal está a virar a página da pandemia.


Bem sei, foram 15 meses de medo e agora parece estranho poder respirar de alívio. Mas, acredite, não é exagero dizê-lo e é uma extraordinária vitória: temos quase 4 milhões de portugueses com uma primeira dose, mais de dois milhões já com a vacinação completa contra a covid-19. Estes são os gráficos interativos do maior e mais rápido processo de vacinação da história da Humanidade. 


Agora que as pessoas com mais de 45 anos podem agendar vacinaçãodeixo-lhe o texto que mais assinantes trouxe ao Expresso neste último mês: "Que vacina vou tomar quando chegar a minha vez?" Conheça as restrições, recomendações e em que situações poderá escolher.


Agora que podemos declarar a operação de vacinação um sucesso, vale a pena saber como trabalha a equipa que resolveu os problemas da vacinaçãouma reportagem da nossa jornalista Isabel Leiria, que passou pelos três postos centrais de comando da operação, comandada por Henrique Gouveia e Melo, o almirante que nos diz isto: “Se uma pessoa dá 10, vou pedir 12. Se dá 12, peço 14”


Agora que o processo continua pelos cidadãos que representam menor risco, vale a pena dizer que é a hora de acabar com o medo e seguir em frente. Não que não existam dissabores ainda pela frente, não que seja possível ignorar que a pandemia ainda persiste e que é preciso tomar cuidados. Mas porque o SNS está sob controlo, porque os mais frágeis estão protegidos - e porque já é possível olhar para as medidas do novo plano de desconfinamento e ver uma cautelosa aproximação à normalidade.


Sintoma de que começamos a voltar as nós são os outros temas do mês que trouxeram mais leitores e novos assinantes à nossa companhia. Como a de Luís Filipe Vieira: a história de um dos grandes devedores do Novo Banco em cinco capítulosescrita aquando da famosa passagem do presidente do Benfica pela Comissão de Inquérito Parlamentar. A ainda mais triste história destes escravos do mundo rural, onde imigrantes trabalham por 100 euros - ou nada. Ou mesmo das 43 escolas privadas e 7 públicas no ranking das escolas, que será injusto, perverso e pouco sério comparar”.


Foi também o mês em que nos debruçámos sobre as curvas que a direita tem pela frentequando ela parecia suspirar por um líder que se afasta. Em que lhe contámos que Eanes lidera 28 chefes militares contra ministro (e depois percebemos ser uma contestação profunda à reforma do Governo). E em que noticiámos que Altice prepara venda da antiga Portugal Telecomuma das maiores empresas portuguesas.


Maio foi também o mês em que um ministro de Emanuel Macron nos avisou que “Sim, Marine le Pen pode ganhar, não é mistério. Seria uma tragédia”E que a nova estrela da política espanhola nos contou como fez para se tornar na maior adversária de Pedro Sánchez”.

Ou como Felipe Neto, um youtuber brasileiro, se tornou inimigo público número 1 de Bolsonaro.


Isto só para lhe mostrar como, de repente, voltámos a discutir o que discutíamos antes da pandemia - e como, por estranho que possa parecer, isso pode ser bom sinal.


Mas também falámos de alegrias, porque maio foi o mês em que o Sporting fez da estrelinha um justo campeãoAgora que estamos em junho, a bola será outra: vem aí o Europeu de Futebol, é a hora de nos juntarmos todos a torcer pelos mesmos. Esperando muito que o cansaço não seja mais um inimigo da perfeição.

Nós por aqui acreditamos. E estaremos muito empenhados em trazer-lhe tudo sobre o Euro - e muitas mais boas notícias para sorrir. Oxalá.

Até breve e obrigado pela companhia.


David Dinis                                                                                 

ddinis@expresso.impresa.pt

                                            

Sem comentários:

Enviar um comentário