ESPANHA CONTESTA POSSE PORTUGUESA DAS ÁGUAS DAS SELVAGENS (ou..."QUANTO MAIS UM PAÍS SE AGACHA...")
O Estado espanhol parece estar a iniciar um ciclo de reivindicações cujo aspeto contraditório não pode escapar a qualquer observador atento. Na verdade, após Gibraltar, Madrid contesta a interpretação que Lisboa faz da soberania das águas que rodeiam as Ilhas Selvagens. Fá-lo... ao abrigo do Direito internacional. Não pretendo discutir se a Espanha tem ou não razão. O que é espantoso nesta atitude é o facto de Espanha usar várias e opostas interpretações do mesmo Direito Internacional. Madrid parece não se dar conta de que está a "brincar" com coisas MUITO SÉRIAS e a despoletar indignações e a mexer num vespeiro. Os dirigentes espanhóis não se dão conta de que, ao reivindicarem Gibraltar com base nas teses anticolonialistas das Nações Unidas, terão de aceitar a validade das reivindicações de Marrocos sobre Ceuta e Melilla. Madrid parece não ter consciência de que agitar regras do Direito internacional (tenha ou não razão) em relação à Zona Económica Exclusiva das águas das Selvagens a faz cair numa abissal contradição, já que, em relação a Olivença, mantém uma situação de claro NÃO CUMPRIMENTO das determinações de 1814/15 e 1817, tomadas em Congressos Europeus onde esteve presente e de que foi signatária. Alguns articulistas e comentadores, a propósito ainda e apenas dos recentes acontecimentos em Gibraltar, optaram por não referir Olivença, ou por destacar o contraste entre a posição "cautelosa e prudente" da Diplomacia portuguesa ao reivindicar esta cidade (ou vila) alentejana de forma discreta e a "fúria" despropositada da Espanha no que toca às exigências sobre o Rochedo. O que estas notícias vêm aparentemente abrir caminha é à convicção de que Madrid não parece disposta a ouvir opiniões e razões que não sejam os seus, a fazer respeitar os tratados que lhe convêm, e que pouco lhe importam as consequências que tudo isso lhe poderá trazer. Este posicionamento pode abrir o caminho a numerosas crises e tensões, que não creio que venham a beneficiar minimamente ninguém, muito menos o Povo Espanhol. Resta ver qual vai ser a reação em Portugal. Continuar com a cabeça mergulhada na areia? Estremoz, 1 de Setembro de 22013 Carlos Eduardo da Cruz Luna
Boa tarde, Carlos Luna Agradeço-lhe o seu comentário, que nos vem enriquecer os nossos conhecimentos. Bem haja. Já consulta este blog há muito? Vá aparecendo.O que é bom é ter pessoas civilizadas,cultas e atentas. Henrique Cayolla
Carlos Luna, Descobri o Estrolabio, e publiquei hoje 9.9.2013 uma entrevista sua de 2011. Vá verificar sff. Cumprimentos Henrique Cayolla Nota: Aqui fica o meu email, se quiser corresponder-se comigo hcayolla@hotmail.com
ESPANHA CONTESTA POSSE PORTUGUESA DAS ÁGUAS DAS SELVAGENS (ou..."QUANTO MAIS UM PAÍS SE AGACHA...")
ResponderEliminarO Estado espanhol parece estar a iniciar um ciclo de reivindicações cujo aspeto contraditório não pode escapar a qualquer observador atento.
Na verdade, após Gibraltar, Madrid contesta a interpretação que Lisboa faz da soberania das águas que rodeiam as Ilhas Selvagens. Fá-lo... ao abrigo do Direito internacional.
Não pretendo discutir se a Espanha tem ou não razão. O que é espantoso nesta atitude é o facto de Espanha usar várias e opostas interpretações do mesmo Direito Internacional. Madrid parece não se dar conta de que está a "brincar" com coisas MUITO SÉRIAS e a despoletar indignações e a mexer num vespeiro.
Os dirigentes espanhóis não se dão conta de que, ao reivindicarem Gibraltar com base nas teses anticolonialistas das Nações Unidas, terão de aceitar a validade das reivindicações de Marrocos sobre Ceuta e Melilla.
Madrid parece não ter consciência de que agitar regras do Direito internacional (tenha ou não razão) em relação à Zona Económica Exclusiva das águas das Selvagens a faz cair numa abissal contradição, já que, em relação a Olivença, mantém uma situação de claro NÃO CUMPRIMENTO das determinações de 1814/15 e 1817, tomadas em Congressos Europeus onde esteve presente e de que foi signatária.
Alguns articulistas e comentadores, a propósito ainda e apenas dos recentes acontecimentos em Gibraltar, optaram por não referir Olivença, ou por destacar o contraste entre a posição "cautelosa e prudente" da Diplomacia portuguesa ao reivindicar esta cidade (ou vila) alentejana de forma discreta e a "fúria" despropositada da Espanha no que toca às exigências sobre o Rochedo.
O que estas notícias vêm aparentemente abrir caminha é à convicção de que Madrid não parece disposta a ouvir opiniões e razões que não sejam os seus, a fazer respeitar os tratados que lhe convêm, e que pouco lhe importam as consequências que tudo isso lhe poderá trazer. Este posicionamento pode abrir o caminho a numerosas crises e tensões, que não creio que venham a beneficiar minimamente ninguém, muito menos o Povo Espanhol.
Resta ver qual vai ser a reação em Portugal. Continuar com a cabeça mergulhada na areia?
Estremoz, 1 de Setembro de 22013
Carlos Eduardo da Cruz Luna
Boa tarde, Carlos Luna
ResponderEliminarAgradeço-lhe o seu comentário, que nos vem enriquecer os nossos conhecimentos. Bem haja.
Já consulta este blog há muito?
Vá aparecendo.O que é bom é ter pessoas civilizadas,cultas e atentas.
Henrique Cayolla
Carlos Luna,
ResponderEliminarDescobri o Estrolabio, e publiquei hoje 9.9.2013 uma entrevista sua de 2011. Vá verificar sff.
Cumprimentos
Henrique Cayolla
Nota: Aqui fica o meu email, se quiser corresponder-se comigo
hcayolla@hotmail.com