Peço desculpa pelo arranque, mas hoje vou fazer como aqueles vídeos dos sites que antes de começarem nos obrigam a ver um anúncio. Se quiser pode saltar este parágrafo ou então fica a saber que o Expresso tem um novo site, acabadinho de estrear esta madrugada. Tudo porque esta semana o Expresso Diário faz um ano e vamos estar de portas abertas: Estamos em mudança: temos um novo site - e vamos oferecer duas semanas de Diário. É uma espécie de happy hourque vai durar doze dias. Vamos ter vários problemas e é provável que, volta e meia, haja um crash. Agradecemos sugestões, reparos e críticas. A nossa pequena revolução fica assim nas mãos dos leitores. Em maiores apuros que o nosso site está o governo grego, que esta manhã parte para mais uma ronda de negociações, agora com a “parede” cada vez mais perto. É que já estamos em maio e o calendário de pagamento ao FMI tem uma data a vermelho no final da semana. É uma corrida contra o tempo e agora não é uma metáfora. Se tiver tempo leia este artigo do Guardian - 100 days of solitude: Syriza struggles as Greeks once again stare into the abyss – e este interessante texto de Paul de Grauwe, um economista contracorrente, publicado sábado no Expresso: O drama grego, quem é irrazoável?. A revolução de Tsipras parece encalhada. Antes das outras notícias, chamo a atenção para a revolução apresentada pela Tesla de Ellon Musk, o homem que está a mudar o mundo da energia. No Expresso já olhámos para o assunto em Baterias de energia solar em sua casa? A Tesla promete mudar o mundo. A invenção pode mesmo mudar muita coisa. O site The Verge não faz a coisa por menos: Watch Elon Musk announce Tesla Energy in the best tech keynote I've ever seen. A Wired em How Tesla’s Batteries Will Power Your Home explica bem como uma bateria bastante acessível e capaz de armazenar energia solar pode mesmo mudar muita coisa.
OUTRAS NOTÍCIASA TAP entra no quarto dia de greve dos pilotos, apesar de muitos aviões continuarem a levantar voo porque a adesão não tem sido especialmente elevada. Até ontem a TAP continuava a manter a taxa de realização de voos nos 70%. No primeiro briefing do dia, a companhia anunciou que prevê manter o mesmo número de voospara hoje. O Presidente da República está de visita à Noruega e diz que esta é a mais importante do ano. É a última oportunidade de concretizar um dos grandes temas que elegeu para os seus mandatos: o mar, coisa que não falta na Noruega, como bem sabemos. A Luísa Meireles vai-nos contando o que se passa por lá nestes dias. As eleições inglesas entram na reta da meta, com os eleitores a votarem já na quinta-feira. Nos últimos dias, a campanha teve que dividir as atenções com o novo bébé real, mas agora a luta continua. Os resgates no Mediterrâneo não param. Ontem as contas iam em 4500 pessoas resgatadas durante o fim de semana, mas o número não para de subir. A SIC mostrou no Jornal da Noite esta excelente reportagem do 60 minutes com a guarda costeira italiana. Terminou o recolher obrigatório em Baltimore depois de dias muito pesados. Mas os receios de conflitos raciais nos EUA não diminuíram e a Time já conseguiu fazer uma das melhores capas do ano. Já esta madrugada dois atiradores foram abatidos pela polícia, numa exposição com retratos e caricaturas de Maomé em Dallas, nos EUA, depois de terem começado a disparar em protesto contra a iniciativa. Mourinho foi ontem campeão com o Chelsea. Vitória por 1-0 face ao Crystal Palace e festa rija em Stanford Bridge. Quinto campeonato inglês na história dos blues, terceiro da conta do special one. O Porto venceu no Bonfim e continua a três pontos do Benfica, que esmagou o Gil Vicente no sábado. Ontem, Jackson marcou e continua com ligeira vantagem nos melhores marcadores, seguido de muito perto por Jonas, a nova coqueluche da Luz. E hoje há novo filme de Manoel Oliveira. Estreia esta noite no Porto, amanhã em Lisboa, Visita ou Memórias e confissões, filme de 1982 que o realizador quis que só estreasse após a sua morte. O Público tem um extenso trabalho sobre o filme FRASES“ A lei de cobertura das campanhas eleitorais é a mais anacrónica que existe”. Cavaco Silva, Presidente da República, numa declaração em que deu a entender que as eleições são em outubro “ É a compensação pelo risco de regressar a uma casa onde já tinha sido feliz”. José Mourinho, em declarações à SIC, depois de se sagrar campeão da Premier League “ Carvalho da Silva ficou sem espaço nenhum”. Marcelo Rebelo de Sousa, no comentário da TVI, onde voltou a valorizar as hipóteses do candidato Sampaio da Nóvoa
O QUE EU ANDO A LERAcabei de ler “ A mecânica da ficção” de James Wood, talvez o mais importante crítico literário da atualidade. O livro, muito bem traduzido por um excelente crítico nacional, Rogério Casanova, é uma lição de literatura e de estilo. Podia pegar em qualquer página para tentar demonstrar isso. Mas vou direto à pág. 208, de onde copio, com uma vénia vincada, esta simples frase que leva Saul Bellow direto aos degraus do Parnaso: “Ouçamos agora o funcionamento do ouvido intensamente musical de um dos grandes estilistas da prosa americana, Saul Bellow, um escritor que faz até os mais ágeis – os Updikes, os DeLillos, os Roths – parecerem coxos”. O texto é enxuto, profundo e brilhante, sobretudo para quem gosta de escavar romances e respetivos autores. Se não for esse o seu caso, vá direto ao magnífico Herzog, do mesmo Bellow, acabado de republicar por cá, e um dos mais célebres romances do Prémio Nobel de 1976. Vai perceber, palavra por palavra, a frase de Wood. Depois disto resta-me desejar bom dia e dizer-lhe para estar atento ao Expresso Online. Já sabe que estamos em mudanças e é capaz de assistir a um ou outro acidente de percurso. Nada que não se resolva. Lá para o fim do dia, com tudo mais calmo, lançamos o Expresso Diário, hoje aberto a todos os leitores. Amanhã aqui estará o Nicolau Santos, logo pela fresca, com o Expresso Curto, carregado de notícias, opinião e, claro, Keynes & poesia.
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