terça-feira, 24 de janeiro de 2023
José Fontinhas = EUGÉNIO DE ANDRADE - Um dos maiores poetas portugueses do século XX.
A 19 de janeiro de 1923, nascia na Póvoa de Atalaia, uma localidade do concelho beirão do Fundão, José Fontinhas, que para a história haveria de ficar conhecido como Eugénio de Andrade, um dos maiores poetas portugueses do século XX. Morreu em 2005, no Porto, onde vivia desde 1950, e é na Invicta que têm lugar as maiores celebrações do centenário do seu nascimento (embora as haja também no Fundão). Às 17h00, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, inaugura a exposição "Eugénio de Andrade: A Arte dos Versos", na Biblioteca Municipal Almeida Garrett. Hora e meia depois, é o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que marca presença na apresentação da exposição de pintura com obras do poeta na Cooperativa Árvore. Às 21h00 há também um concerto em sua homenagem na Casa da Música.
Faz-nos falta poesia, por estes dias. E por isso me atrevi a “puxar” um centenário para abertura do Curto. Porque “Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura. O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si. E o nevoeiro nunca deixa ver claro”. As notícias que eu, jornalista, lhe levo a si, leitor, raras vezes trazem poesia. Que seja Eugénio de Andrade, mesmo que por breves instantes, e a pretexto de uma efeméride hoje celebrada e já amanhã esquecida, a fazê-lo por mim: “É urgente destruir certas palavras, ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas. É urgente inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras”.
Na campa rasa de Eugénio de Andrade, no cemitério do Prado do Repouso, desenhada pelo seu amigo Siza Vieira, estão inscritos os versos: “Terra: se um dia lhe tocares o corpo adormecido, põe folhas verdes onde pões silêncio, sê leve para quem o foi contigo.” Podiam estar inscritos estes: “Eu sei: tu querias durar. Pelo menos durar tanto como o tronco da oliveira que teu avô tinha no quintal. Paciência, querido, também Mozart morreu. Só a morte é imortal”.
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