sábado, 28 de janeiro de 2023

Ser português não é crime, mas é pecado

Ser português não é crime, mas é pecado: Primeiro, rejubilámos. Depois, enfartámo-nos. E agora regurgitamos. A comoção nacional em torno do altar-palco e do volumoso orçamento da Jornada Mundial da Juventude é apenas mais um gomo na sumarenta história de falhanços, distrações e irresponsabilidades de um país que faz tudo às três pancadas, que não planeia, não antecipa, de um país que, no fundo, é demasiado pequeno para depositarmos nele uma fé sem reservas. Seria apenas ingénuo pensarmos que não haveria custos elevadíssimos associados a um evento que vai reunir, em Lisboa, todo o mundo católico. E seria apenas tonto acreditarmos que, malgrado a frugalidade do Papa Francisco, o Vaticano aceitaria colocá-lo num palco (físico e metafórico) que não fosse condizente com a condição de um chefe de Estado que também é um líder espiritual e religioso. Em particular nesta fase, de profunda renovação interna da Igreja Católica e de intensa procura por um sentido junto das jovens gerações desencantadas.

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