sábado, 13 de maio de 2023
Matar e morrer
Matar e morrer: Matar. Como normalmente sucede em episódios de fúria legislativa, a nova Lei do Tabaco enferma de um mal que acaba por contaminar negativamente as boas intenções que lhe subjazem: foi pensada com olhos de cidade. Quer isto dizer que a lógica proibicionista no que se refere à abolição de pontos de venda não se pode aplicar, de forma cega, a todo o território. Porque embora a lei seja geral, Portugal está longe de ser homogéneo. Nem todos os cidadãos dispõem de alternativas como aqueles que vivem nas cidades. Depois, acabar com a venda de tabaco em restaurantes, cafés e bares fora dos grandes centros urbanos (mas também nestes) é matar uma economia já de si frágil, condenando ao infortúnio milhares de postos de trabalho. É, no fundo, institucionalizar a discriminação por decreto. Em particular nas zonas do Interior, atrás do negócio da venda de tabaco estão muitos outros, como a venda de cafés, bebidas, alimentos, jogos sociais, jornais e revistas. Nesse Portugal esquecido até na hora de proibir não há tabacarias, aeroportos e estações ferroviárias e rodoviárias a rodos. Garantir uma geração livre de tabaco até 2040 é uma meta sonante e meritória, mas preocupemo-nos em não matar a ge
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