segunda-feira, 15 de junho de 2015

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Expresso
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Pedro Santos Guerreiro
POR PEDRO SANTOS GUERREIRO
Diretor Executivo
 
15 de Junho de 2015
 
O que começa em “F” e acaba em “ões”? – e mais meia dúzia de adivinhas
 
Pergunta para queijo #1: O que é que alivia Cavaco, contrariaMarcelo, vence Marques Mendes, dá pressa a Passos e levanta críticasde António Costa?

É a privatização da TAP.

A transportadora aérea está prometida ao consórcio de Humberto Pedrosa e David Neeleman, mas o contrato que a promete ainda não é público - porque não está ainda assinado. Essa será a razão, aliás, pela qual Neeleman ainda não deu um ar da sua graça. Foi o único: o governo já explicou porque fez a escolha, Humberto Pedrosa já mostrou orgulho por ter sido escolhido: “Eu sou o patrão de que a TAP precisa”, disse ao Expresso.

Enquanto não se sabe o que todos querem saber, vão-se sabendo pormenores pelo que os jornalistas conseguem saber. Depois de terem sido explicadas as contas dos 354 milhões que são 10 milhões para o Estado, contra avaliações da empresa de menos 274 e 512 milhões, e de se saber quando entra o dinheiro (até fim de 2016) e quando entram os aviões (até 2025), a TVI revelou ontem que o consórcio quer vender depressa aviões da TAP para encaixar 100 milhões de euros e aliviar a tesouraria. A notícia faz hoje a manchete do Jornal de Notícias, que também teve acesso à proposta e a desnovela.

Pergunta para queijo #2: o que é que o Estado Português está a vender e o Estado brasileiro está a ajudar a comprar?

É a TAP.

Na proposta divulgada pela TVI e pelo JN, fica claro que areestruturação do passivo da TAP envolve o Estado Português na negociação, visando o alongamento de prazos e o atraso dos reembolsos. Mas se o Estado Português está ativamente na operação, outro Estado está passivamente nela.

Confirma-se que o Estado brasileiro, como o Expresso já tinha noticiado há um mês, apoia mesmo David Neeleman, através do poderoso banco estatal BNDES, que por acaso está envolvido no maior escândalo de sempre de corrupção no Brasil, o “Lava-Jato”. Faz parte da estratégia estatal de Dilma (o que já acontecia antes) apoiar a internacionalização de empresas brasileiras e também aqui será o caso. A proposta deixa-o claro: não é só dinheiro, é orientação. Ora leia:

“Estamos extremamente satisfeitos com o elevado apoio, incentivo e orientação que estamos a receber ao mais alto nível do Estado brasileiro”.

Com apoios, entrada de capital e uma alteração de estratégia que passa por abandonar as rotas para Oriente e virar tudo para Ocidente (o que leva a abandonar os aviões A350 encomendados em prol de A330 de nova geração), o consórcio prevê transformar os capitais próprios de mais 500 milhões negativos atuais para 2,3 mil milhões em 2020. Bem diz o editorial do Económico: o diabo está nos detalhes. E um deles é Fernando Pinto: fica na empresaconfirma o Negócios.

No meio disto, ficámos a saber pelo Público que a TAP abriu um inquérito ao piloto que organizou greve de maio. O alegado mentor da paralisação, agora suspenso, é Paulo Lino Rodrigues.

Pergunta para queijo #3: o que transporta pessoas e o governo quer entregar depressa a privados? Sim, é a TAP, mas é também a Carris, o Metro de Lisboa e a Transtejo/Soflusa.

Dos 15 interessados que levantaram o caderno de encargos para a concessão da Transportes de Lisboa (“holding” que agrega os três operadores públicos da capital), é esperado que seis façam propostas vinculativas, noticia o DN. A abertura de propostas será feita esta manhã. Fique atento ao site do Expresso.

Pergunta para queijo #4: que dois homens estão em todas as notícias que leu até aqui, mesmo se não nomeados? 

Sérgio Monteiro e Humberto Pedrosa.

O secretário de Estado dos transportes está liderar as últimas privatizações e concessões que o governo está a fazer até às eleições. E Humberto Pedrosa não só está no consórcio que venceu a TAP como deverá apresentar uma proposta hoje para a Transportes de Lisboa.Conheça aqui o perfil do 15º homem mais rico de Portugal.


OUTRAS NOTÍCIAS
Nem vale a pena fazer pergunta para queijo: é a Grécia. Asnegociações em Bruxelas terminaram sem acordo e vamos ter (mais) uma semana de tudo ou nada. “O braço-de -ferro, esse espetáculo público servido aos meios de comunicação, vai continuar”, antecipa Afonso Camões no Jornal de Notícias

Quase 250 mil funcionários do Estado não terão qualquer aumento até 2018noticia o DN. Os trabalhadores do Estado com salários abaixo de 1.500 euros vão manter até lá a remuneração que tinham em 2010.

Presidente da República está de visita à Bulgária, onde nunca tinha estado, e à Roménia, que já repetiuLeva uma agenda económica.

Quase 260 mil alunos do secundário entram hoje em exames nacionais. Este ano, são menos 1.300 do que em 2014, contabiliza a RenascençaA ronda inicia-se com Filosofia e termina com Geometria Descritiva A e Literatura Portuguesa, relembra o Económico. No Correio da Manhã, as associações de pais e de diretores criticam o peso das provas na avaliação final. Mas hoje é também, “para a maioria das crianças e adolescentes em idade escolar, o primeiro dia de férias”, escreve Inês Cardoso no JN: “Em vez de calendários, devíamos estar a discutir um conceito de escola que ensine mais a interpretar, questionar e criticar.”

Pergunta para queijo #5: o que é começa em “f”, acaba em “ões” e Bruno de Carvalho quer acabar com elas?

Escusa de puxar pela cabeça, não é nenhum palavrão. São as federações.

Num texto publicado ontem no Facebook, depois de o Sporting ter perdido o campeonato de futsal para o Benfica numas penalidades polémicas, o presidente leonino atacou as arbitragens e diz que o desrespeito vai acabar. Citado pelo Público: “Quanto ao governo que tutela o desporto um conselho. Se precisamos de continuar a cortar nas ‘gorduras’ para atingir a ‘meta do défice’, se no início a fórmula foi retirar apoios às Fundações (muitas vezes de forma quase cega), porque não olhar agora para as federações? Também começam por f e também acabam em ...ões.”

Entrevista ele-vai-andar-por-aí: "Seguro é muito jovem para deixar a política", diz Miguel Laranjeiro no Diário de Notícias.

Entrevista ele-ainda-anda-por-aí: “Há claramente um uso dos tribunais para fins políticos”, afirma Pinto Monteiro à Antena 1/Económico, que “não fala do caso Sócrates” mas farta-se de falar do casos como o de Sócrates (assim de repente não estamos a ver mais nenhum): “Ninguém pode ser preso para ser investigado”. Aliás, “Se a acusação a Sócrates tiver de ser na campanha eleitoral, terá de ser”. 

Entrevista com-um-brilhozinho-nos-olhos (palavras do jornal onde tudo se passou): “Enquanto Passos Coelho se passeava com sacos de plástico e calções de Verão, estava Carlos Costa na televisão a assumir todas as dores do projeto de resolução do BES”, diz Catarina Martins na Redação Aberta do Negócios. “Carlos Costa fica com todas as culpas e depois o Governo agradece a generosidade reconduzindo o homem no Banco de Portugal”.

Apenas 15 das 43 empresas cotadas em Lisboa cumprem a recomendação da CMVM de fixar os limites máximos aos ordenados dos gestoresnoticia o Correio da Manhã. Mas o regulador quer que mais empresas adotem a prática.

Agitação nas sociedades de advogados. Na Miranda, firma que tem grandes ligações à África Lusófona, um grupo de seis dos 20 sócios está de saída em colisão com os que ficam. Rui Amendoeira, que lidera-a a gestão da firma, sai; Agostinho de Miranda, que fundou o escritório, fica. A nova administração da firma será agora eleita, provavelmente liderada por advogados mais jovens. Notícia do Económico.

Pergunta para queijo #6: 
Além de Lopetegui no Porto, que outro treinador de futebol dos seis primeiros classificados da Liga que terminou fica na equipa?

Resposta no Diário de NotíciasNenhum.


FRASES
Deve [haver um compromisso] férreo e publicamente assumido para toda a oposição de esquerda, de que a privatização da TAP será travada”, escreve Rui Tavaresno Público.

Se não estiverem ao meu lado os interesses vão acabar comigo!"Bruno de Carvalhono Facebook.

Quem são os responsáveis pelo garante e proteção do segredo de justiça? Os procuradores.E então, de que estão à espera?” Luís Marinhoem opinião no i, sobre o caso Sócrates.

Como na pedofilia, será preciso pesada mão penal para travar este crime [o bullying, ou assédio moral], que marca os mais fracos para sempre”, escreve Octávio Ribeiro no Correio da Manhã.

A Fundação Sindika Dokolo não passa cheques”, afirma Fernando Alvim, vice-presidente da fundação, em entrevista ao DN.


O QUE EU ANDO A LERA Feira do Livro de Lisboa caminha para o fim e já tenho a minha pilha dos livros que queria comprar e dos livros que não resisti a comprar. Mas o que eu ando a ler foi um presente, o calhamaço “Poesia Completa de João Cabral de Melo Neto”, mais um volume da excelente coleção da Biblioteca da Academia Brasileira, lançada com o apoio da Fundação Gulbenkian.

João Cabral de Melo Neto é muito menos conhecido entre nós do que Carlos Drummond de Andrade e tem em “Morte e Vida Severina” a sua obra mais editada. Em parte, esse desconhecimento relaciona-se com uma escrita dita mais difícil, de um escritor “que valorizava o que fosse anguloso, com pontas e arestas”, escreve Antonio Carlos Secchin no prefácio. “Eu te reconheceria entre todas, porque tua presença eu a pressinto./Deixa que tuas formas eles a tomem pela essência./Esses te perderão ainda mais/E nunca compreenderão tuas inúmeras sugestões/Que tu mesma desconheces”.

Passam hoje 800 anos sobre a Magna CartaO The Economist explica, num artigo com um arranque delirante que inclui a Wikipédia.

Pergunta final: quantos segundos tem um minuto?
Errado. O último minuto deste mês, explica o Huffington Post(francês), durará 61 segundos.

Antes disso, já amanhã, o sol estará de regresso.

Tenha um excelente dia. 

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