Bom dia,
Não, não falo dos proibitivos hambúrgueres da McDonalds. Nem de um novo produto da Apple.
Big Mac é mesmo o nome pelo qual é conhecido em certos meios do PSD
Marco
António
Costa, o poderoso
braço direito de Passos Coelho no partido laranja (o homem da máquina, uma espécie Jorge Coelho da São Caetano à Lapa).
Ora, e porque falo de
Big MAC a esta hora da manhã? Por causa da altamente calórica história que faz a capa de hoje da
revista Visão:
“O sarilho que se segue - toda a história de como Marco António Costa subiu na vida até chegar a número 2 do PSD - agora sob investigação”. O trabalho é do Miguel Carvalho, são 13 páginas, e nelas se fala de
suspeitas de tráfico de influências e do inquérito já aberto pelo MP na sequência de denúncias feitas.
Acredite, este é um caso que vai “queimar” o PSD até às eleições, ou não fosse Marco António Costa, aka Big Mac, uma das mais influentes e poderosas figuras do partido neste momento.
Agora, a
Grécia,
Depois de uns dias em que o acordo parecia mais perto, de repente tudo parece ter voltado à primeira forma. E no topo das razões estão as
resistências do FMI (nomeadamente pelo facto dos gregos insistirem mais no aumento de receita que na diminuição de despesa: onde é que já ouvimos isto?). No Público, Jorge Almeida Fernandes explica como
"Berlim resiste a uma segunda reestruturação da dívida grega antes de ver as reformas aprovadas em Atenas, enquanto o FMI considera urgente a redução da dívida de forma a torná-la 'viável'".
Aqui explicam-se detalhadamente as razões que podem estar por trás de tanta dureza da sra. Lagarde, que bem pode estar mais preocupada em salvar o seu emprego que outra coisa qualquer.
Muito curioso
este artigo, em que um antigo negociador com a Argentina (que na última década esteve mais ou menos como a Grécia está hoje) traça paralelismo entre as duas situações.
Em relação às negociações europeias, sabemos que a
reunião do Eurogrupo foi interrompida ontem à noite e é hoje retomada (ficando para amanhã prevista a cimeira de líderes europeus) - com os encontros a sucederem-se na última madrugada.
As reuniões técnicas recomeçaram em Bruxelas pelas nossas cinco da manhã. E os encontros políticos pelas oito.Se não percebe muito bem o que ao certo divide os dois lados da barricada, não se sinta muito mal. Afinal, não é o único. A própria ministra Maria Luís Albuquerque, numa curiosa confissão de impotência,
reconheceu ontem que não sabia ao certo o que se passava.
“Não nos foi dito qual era o ponto da discórdia”, afirmou a ministra das Finanças.
(eu de cada vez que leio a frase imagino-a a
amuar, fazer beicinho e vir-se embora… mas não me parece que tal tenha sucedido)
Não caio na estafada ideia de "hoje é um dia decisivo". Mas
este será seguramente o grande tema do dia.
OUTRAS NOTÍCIASCá dentro,
-Depois do braço de ferro entre governo e juízes e procuradores, na Justiça, e da luta entre polícias e ministra, na Administração Interna, agora é
uma terceira área da soberania do Estado, a Defesa, que vê
agudizar o conflito entre o sector e o governo. Hoje há
protesto de generais e oficiais ao jantar, contra o que chamam de degradação da instituição militar.
-Irritada com o que tinha sido decidido na sua ausência,
Assunção Esteves decidiu que afinal a iniciativa legislativa proposta por milhares de cidadãos sobre a regulamentação da lei do aborto vai mesmo ser
discutida no plenário antes das férias.
-Se ainda não ouvir falar do
PDR, o melhor é despachar-se, que como as coisas estão corre o risco de acabar mal nasceu.
O partido de Marinho e Pinto está a ferver. Agora foi Eurico Figueiredo, ex-socialista, que não só bateu com a porta como anunciou publicamente o
corte de relações com o ex-bastonário e eurodeputado.
-
Ontem foi dia dos
novos donos da TAP (se o negócio for finalizado tal como foi ontem assinado) aparecerem em público.
A prometer investir até 800 milhões, voltar aos lucros para o ano… e não despedir ninguém durante três anos.-Também se ficou a saber que a
concessão do Oceanário aos donos do Pingo Doce vai permitir uma
renda anual na casa dos 3 milhões de euros, além dos 34 pagos à cabeça.
-O
PS promete benefícios fiscais para as empresas que cumpram a paridade, noticia o i.
-Paulo Pereira Cristóvão foi para casa com
pulseira eletrónica.
-A seleção
nacional de sub-21 apurou-se para as
meias finais do Europeu e garantiu o apuramento para os Olímpicos do próximo ano, no Brasil. A formação orientada por Rui Jorge vai sábado disputar um lugar na final com a poderosa Alemanha.
Lá fora,
-Sobre a
espionagem da NSA aos presidentes franceses, revelada pelo Wikileaks, vale a pena espreitar
este artigo da americana Foreign Policy.
-As autoridades iraquianas
foram enganadas, à grande, na
compra de detectores de explosivos que não funcionam. Foram muitos milhões de dólares gastos… para nada.
-Um
sismo de 5,8 abalou na última noite o Alasca.
-Ainda no longínquo Estado dos EUA, ficámos a saber que a Fox News deixou cair Sarah Palin (ohhh), que um dia sonhou ser presidente, e já não lhe vai pagar mais pelos
comentários.
-
Nos EUA,
Kristin Beck, transsexual, antiga oficial das forças especiais da Marinha, é candidata ao Congresso americano.
-
Na China, foi apreendida
carne congelada com mais de 40 anos.
-A maior
vaga de calor da última década
no Paquistão já matou mais de 800 pessoas nos últimos dias.
-
Novo ataque do
Boko Haram faz mais de 40 mortos na Nigéria.
-Faz hoje precisamente
40 anos que a bandeira nacional foi arriada em
Moçambique e o país se tornou independente, sendo a primeira das cinco colónias africanas a fazê-lo.
FRASES “
Crise grega deve contribuir para reforçar integração europeia”,
Bruno Maçães, secretário de Estado, ao Jornal de Negócios, com a declaração que faltava para se resolver o nó grego
“No CDS debatemos pouco e de nada sabemos”,
Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS que anunciou o abandono da vida política, em
artigo de opinião hoje publicado no site do Expresso“Tsipras e os credores podem estar em desacordo profundo em matéria fiscal, pensões ou no orçamento da Defesa, mas convergem num ponto, embora com expetativas diferentes: ambos querem eleições antecipadas”,
Bernardo Pires de Lima, no DN
"Neste momento Portugal está protegido de um impacto imediato, mas obviamente que é o país mais vulnerável da zona euro, a seguir à Grécia",
Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia
O QUE EU ANDO A LERA minha primeira recomendação de leitura vai para o livro
The Residence, de uma antiga correspondente da Bloomberg na Casa Branca e que relata como funciona a casa mais famosa do mundo, com recurso a dezenas de conversas e entrevistas com funcionários, pessoal político e primeiras-damas que passaram por lá nas últimas décadas. De Kennedy a Obama, quem foi o presidente mais afetuoso com o staff e qual o mais frio? O livro não é um relato político, como são por exemplo os livros de Bob Woodward, antes um retrato mais intimista. Há histórias deliciosas, como as “festas” de Kennedy na piscina interior sempre que a mulher estava fora; a obsessão doentia de Lyndon Johnson com o chuveiro da residência ou o período do escândalo Lewinsky.
E quer ver como
ainda vai ouvir falar muito deste livro? Kevin Spacey acaba de se lançar numa nova série de tv, misto de Downton Abbey e House of Cards, que tem como base precisamente o livro de Kate Andersen Brower.
Outra recomendação de leitura é a
entrevista a Miguel Relvasfeita pelo Bernardo Ferrão e Ângela Silva que vai ser publicada este sábado na Revista E. O antigo homem forte do PSD e braço direito de Passos fala da sua saída do Governo, da licenciatura, de Nuno Crato, dos negócios que anda a fazer, da relação com Passos e Portas.
Sobre o caso da licenciatura, pode ainda ler
este texto do Expresso Diário, que explica como é que o antigo ministro não lhe viu ser retirada a licenciatura, ao contrário de outros 100 casos a quem aconteceu exatamente o contrário. Sobre o assunto, aliás, o i de hoje afirma que "o Ministério da Educação admite fechar a Lusófona".
Para ver, hoje na SIC, a
entrevista a António Costa. A primeira desde a sondagem da semana passada que deixou o PS atrás da coligação.
Finalmente, termino como comecei. A falar da Visão.
Esta 5ª feira está nas bancas a primeira edição com o nome do João Garcia no cabeçalho. No seu primeiro editorial, escreve ele: “Conheci, trabalhei e aprendi com o Bessa Múrias, o Assis Pacheco, o Cáceres Monteiro, o Silva Pinto, o José Carlos de Vasconcelos, o Luís Almeida Martins, o Pedro Rafael dos Santos, o Afonso Praça, o Fernando Antunes, o Daniel Ricardo, o Pinto Nogueira e o João Segurado, e fiz grandes amigos, também minhas referências, como o José Pedro Castanheira, o Henrique Monteiro, o Rogério Rodrigues, o Ferreira Fernandes”.
Eu, por mim, sei que se daqui a uns anos fizer um texto em que enumere as referências que me ajudaram a crescer nas redações, o nome do João Garcia (meu colega no Expresso nos últimos oito anos) lá estará seguramente. Boa sorte para este novo capítulo aos vizinhos aqui do segundo andar.
Por hoje é tudo,
amanhã o Expresso Curto é-lhe servido pelo Ricardo Costa.
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