Uniformizar!!! Acordo Ortográfico!!!!
Lauro Portugal
Caríssimos,
O
texto abaixo, pretensa arma contra o Acordo Ortográfico, não colhe. Não é
assinado, não se lhe reconhecendo, por isso, “paternidade”, e ainda bem, caso
contrário o autor seria confrontado com uma realidade à vista de todos: as
diferenças que patenteia assentam tão-somente no campo da semântica
(significação) dos termos, não tem nada a ver com a Ortografia!
Eu
repudio plenamente este Acordo, que considero um monumental disparate, uma
legislação abstrusa, causadora de inconvenientes sociais e pedagógicos,
temporal, material, enérgica e psicologicamente desgastante e culturalmente
amputadora. Génio / gênio? Pretendendo-se a unificação da
escrita, como se admitem duplas grafias? As diferenças entre o português de
Portugal e o do Brasil, no caso presente, têm muito de cariz fonético. E
se há diferenças de cariz fonético, e se o objectivo é “escrever conforme se
pronuncia”, é impossível a unificação. Mas estamos a falar da unificação ORTOGRÁFICA!
Discordo, pois, da forma e do conteúdo do e-mail que desatinadamente invade as
caixas de correio. Não é assim que se combate o AO.
Lauro
Portugal
Uniformizar!!! Acordo Ortográfico!!!!
No outro
dia, ouvi o Malaca Casteleiro dizer que o Acordo Ortográfico em que trabalhou
incansavelmente ao longo de anos e anos teve por objectivo uniformizar a língua
entre todos os países de expressão portuguesa. Assim sendo, os
brasileiros têm rabo ou somos nós que vamos passar a ter bunda? E as senhoras,
as de cá passarão a usar calcinha ou são as de lá que usarão cuecas? De fato
eles vestem fato ou nós, de facto, de futuro envergaremos terno? O governo de
cá rouba-nos a grana ou é o de lá que lhes sonega o carcanhol? Passamos a ir à
lanchonete ou são eles que vão ao café? Vamos beber um bagaço à tasca ou uma
cachaça ao boteco? E o tipo que defende a baliza, é para eles guarda-redes ou,
para nós, será goleiro? E como nos passaremos a mover? Nós de trem, ônibus,
bonde, ou eles de comboio, autocarro, eléctrico? Esperamos pelo transporte na
parada ou continuaremos a fazê-lo na paragem? Respeitamos a bicha na paragem ou
antes a fila na parada? E aquele gajo porreiro, de pêra, que vai a sair da
esquadra? Vamos ter que dizer que é um cara legal, de cavanhaque, a sair da
delegacia? Se quisermos agrafar um relatório, recorreremos a um grampeador ou a
um agrafador? E se o nosso fito é afiar um lápis, agarramos num apontador ou
num apara-lápis? Fomos à privada e não usámos a descarga ou fomos à retrete e
não puxámos o autoclismo?
E por
aqui, pela merda, me fico. Em castelo. À Casteleiro. Em bom português, do
único, porque merda é merda, aqui ou no Brasil.
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