quarta-feira, 29 de julho de 2020

RESUMO CLIMATOLÓGICO 1º SEMESTRE 2020

RESUMO CLIMÁTICO Anomalias da temperatura média do ar (continente + oceano) 1.º Sem 2020 - janeiro-junho. Fonte: NASA/NOAA 2020-07-27 (IPMA) Resumo Climático - 1.º Semestre - Janeiro-Junho de 2020 Encontra-se disponível para consulta o Resumo Climatológico relativo ao primeiro semestre de 2020 (janeiro a junho). GLOBO e EUROPA O primeiro semestre de 2020 foi o 2ª mais quente do planeta, com anomalia da temperatura média do ar de +1.07 °C, depois do semestre de 2016, com anomalia de +1.12 ° C (dados NASA/NOAA). De acordo com os dados do Copernicus Climate Change Service na Europa o primeiro semestre de 2020 foi o mais quente de sempre, com uma anomalia da temperatura de + 1.73 °C (Figura 2). PORTUGAL CONTINENTAL O primeiro semestre em Portugal continental foi muito quente e seco (Figura 4). Destacamos ainda: Tempo extremamente quente em fevereiro: o mais quente desde 1931; nos dias 23 e 24 foram foram ultrapassados os maiores valores da temperatura máxima do ar para o mês de fevereiro em cerca de 40% das estações meteorológicas da rede IPMA; Tempo extremamente quente em maio: o mais quente desde 1931 (igual a 2011); ocorrência de uma onda de calor, em grande parte do território de Portugal continental, entre 17 e 31 maio, a qual pode ser considerada como uma das mais longas e com maior extensão territorial para o mês de maio (nas estações de Montalegre, Bragança, Vila Real/cidade, Benavila, Mértola, Lisboa/I.G foi mesmo a onda de calor com maior duração desde 1950); Situação de seca meteorológica nas regiões a sul do Tejo, sendo de realçar as regiões do Baixo Alentejo e Algarve, com diminuição da sua intensidade a partir de abril.

sábado, 25 de julho de 2020

1ºs titulos em jornais e revistas nacionais

Jornais Nacionais Ver capa Correio da Manhã Correio da Manhã - 2020-07-25 Ver capa Correio da Manhã Ver capa Correio da Manhã Benjamin Mkapa (1938-2020) Ver capa Correio da Manhã Fórmula 1 está de regresso a Portugal no final de outubro Ver capa Correio da Manhã Viola filhas, cunhada e netas durante 40 anos e "ensina" os filhos a fazer o mesmo Ver capa Correio da Manhã A teia secreta de amizades de Cristina Ferreira Ver capa Correio da Manhã Filho de Pedro Lima refugia-se nos Açores Ver capa Correio da Manhã Luciana Abreu acaba romance com sucessor de Daniel Souza Ver capa Correio da Manhã Superjuiz aperta com ex-secretário de Estado do Ambiente Ver capa Jornal de Notícias Jornal de Notícias - 2020-07-25 Ver capa Jornal de Notícias Ver capa Jornal de Notícias Feto de oito meses morre com covid-19 Ver capa Jornal de Notícias Maior aumento de vagas para o Ensino Superior dos últimos cinco anos Ver capa Jornal de Notícias Atalanta empata com o Milan e estende passadeira à Juventus Ver capa Jornal de Notícias Gil e Paços fecham Liga com empate em Barcelos Ver capa Jornal de Notícias "Bazuca" não pode cair nas mãos dos "suspeitos do costume" Ver capa Jornal de Notícias Brasil regista mais de 85 mil mortes e 2,3 milhões de infetados Ver capa Jornal de Notícias Neymar dá 13.ª Taça de França ao PSG Ver capa Público Público - 2020-07-25 Ver capa Público Ver capa Público Cartas ao director Ver capa Público Três "lutas" num só dia: é assim a última jornada da I Liga Ver capa Público Keep Razors Sharp no CCB, à procura do palco que resta depois da pandemia Ver capa Público Capital do México bane terapia de conversão homossexual Ver capa Público São Domingos Garrafeira 2011, um tinto que cheira e sabe a Bairrada Ver capa Público Numa universidade nova o medo deve morrer de velho Ver capa Público Conselho Europeu vacilou na solidariedade Ver capa Diário de Notícias Diário de Notícias - 2020-07-25 Ver capa Diário de Notícias Ver capa Diário de Notícias A mais mágica das terras portuguesas? Ver capa Diário de Notícias Vagas para ensino superior voltam a aumentar em cursos com mais alunos de excelência Ver capa Diário de Notícias Mãe e filha encontradas mortas em casa. Polícia Judiciária está a investigar Ver capa Diário de Notícias Estas nações eram exemplos de sucesso no combate ao vírus. Agora já não são Ver capa Diário de Notícias Incêndios: Trânsito interditado na serra de Sintra até terça-feira Ver capa Diário de Notícias Mulher detida na Feira por violência doméstica contra os pais Ver capa Diário de Notícias A mais mágica das terras portuguesas? Ver capa A Bola A Bola - 2020-07-25 Ver capa A Bola Ver capa A Bola Promessa sérvia na rota da Luz Ver capa A Bola «Fala-se muito em prémios, mas não sou o Pai Natal» Ver capa A Bola Vítor Oliveira e o futuro: «Não posso desvendar» Ver capa A Bola «Todos estão preocupados com Mbappé» Ver capa A Bola Ivo Vieira anuncia saída: «Vou parar e fazer uma reflexão» Ver capa A Bola O adeus de David Silva: «Nem nos melhores sonhos imaginei isto» Ver capa A Bola Pioli analisa Leão: «Treina melhor do que joga, tem de explodir» Ver capa Record Record - 2020-07-25 Ver capa Record Ver capa Record Sinais de guerra na dobradinha do Paris Saint-Germain Ver capa Record Porro dá primazia a projeto do Sporting Ver capa Record Hulk quer voltar ao FC Porto em janeiro Ver capa Record Nélson Veríssimo garante que plantel do Benfica é à prova de mercado Ver capa Record Violência e racismo na mira da Liga Ver capa Record Pizzi e Vinícius: corrrida ao Ouro Ver capa Record Juventus procura uma solução Ver capa O Jogo O Jogo - 2020-07-25 Ver capa O Jogo Ver capa O Jogo Vítor Oliveira avisa responsáveis, fala do Aves e lembra Ronaldo e Messi Ver capa O Jogo Vítor Oliveira revela que jogador do Gil está a ser negociado: "Não podia correr o risco" Ver capa O Jogo Vítor Oliveira sobre o futuro: "Vou de férias, vou pensar no que vou fazer" Ver capa O Jogo Pepa, a próxima época e o que é "bonito de se ver" no Paços de Ferreira Ver capa O Jogo Atalanta empata com o Milan e deixa Juventus à beira de celebrar o título Ver capa O Jogo Gil Vicente-Paços de Ferreura: jogaço para ver resumido em 60 segundos Ver capa O Jogo I Liga: resultados e marcadores da jornada 34 Ver capa Jornal de Negócios Jornal de Negócios - 2020-07-24 Ver capa Jornal de Negócios Ver capa Jornal de Negócios Ensino superior: Lisboa e Porto lideram aumento de vagas, com crescimento nas ciências e tecnologia Ver capa Jornal de Negócios Caso EDP: Artur Trindade ouvido em 1.º interrogatório. Continua a 21 de agosto Ver capa Jornal de Negócios Apple, Intel e Disney adiam projectos Ver capa Jornal de Negócios Tensões EUA-China, adiamento de projectos e mau panorama económico abalam Wall Street Ver capa Jornal de Negócios Ministra: fim de situação de calamidade depende da "consolidação de dados" Ver capa Jornal de Negócios Pharol passa de lucros a perdas de 1,7 milhões no semestre Ver capa Jornal de Negócios Marcelo apela a "diálogo, entendimento e convergência" na aplicação dos fundos europeus Ver capa Jornal Económico Jornal Económico - 2020-07-24 Ver capa Jornal Económico Ver capa Jornal Económico Iniciativa Liberal apresenta Tiago Mayan Gonçalves como candidato presidencial Ver capa Jornal Económico Organização portuguesa nos Estados Unidos pede mais ajuda para alcoólicos e sem-abrigo luso-americanos Ver capa Jornal Económico Coronavírus e incertezas geopolíticas levam Wall Street a fechar semana no 'vermelho' Ver capa Jornal Económico "Aula" na rua lembra Governo que combate da crise climática não pode ser ignorado Ver capa Jornal Económico Esta é a chave vencedora do Euromilhões Ver capa Jornal Económico Sindicato de professores STOP lança campanha por turmas mais reduzidas Ver capa Jornal Económico Ministro não compreende aprovação de contratos no ensino superior e aguarda promulgação Promoção Tv e Sociedade TV 7 Dias Telenovelas TV Guia Visão Sábado Ver capa TV 7 Dias Ver capa Telenovelas Ver capa TV Guia Ver capa Visão Ver capa Sábado 2020-07-24 2020-07-24 2020-07-24 2020-07-23 2020-07-23 Lux Maria Caras Nova Gente TV mais Ver capa Lux Ver capa Maria Ver capa Caras Ver capa Nova Gente Ver capa TV mais 2020-07-23 2020-07-23 2020-07-22 2020-07-22 2020-07-22 Tecnologia Computador Guia da INTERNET Exame Informática Gadget & PC O Electricista Ver capa Computador Ver capa Guia da INTERNET Ver capa Exame Informática Ver capa Gadget & PC Ver capa O Electricista 2020-07-22 2020-07-08 2020-07-01 2020-07-01 2020-07-01

Descargas eléctricas atmosféricas - Nº superior a 2600 = Impressionante

DESCARGAS ELÉTRICAS ATMOSFÉRICAS Descargas elétricas nuvem solo 2020-07-21 (IPMA) Descargas elétricas atmosféricas de 20 e 21 de julho de 2020 Na noite de 20 de julho e madrugada do dia 21 de julho, a instabilidade associada a uma depressão em altitude, centrada a sudoeste de Lisboa e em movimento lento para nordeste, deu origem a forte atividade elétrica na zona centro e sul. O número de descargas elétricas que atingiram o solo, registadas em 12h, entre as 21h do dia 20 e as 9h00 do dia 21, foi superior a 2600 (figura 1). Este evento foi muito visível, não só por ter ocorrido durante a noite, mas também pela ocorrência de um elevado número de descargas elétricas intranuvem e entre nuvens. A figura 2 representa o número total de descargas (somatório de descargas intranuvem, entre nuvens e nuvem solo) no território, registadas na rede nacional de descargas elétricas do IPMA. O número total de ocorrências ultrapassou as 13500. No link seguinte pode-se observar uma sobreposição de imagens satélite, imagens radar e descargas elétricas, que se verificaram no dia de hoje sobre o território de Portugal Continental entre 10h00 e, aproximadamente, as 17h30: https://youtu.be/gHQ-SIZdMe8

NAVIO DE INVESTIGAÇÃO "MAR PORTUGAL" .

NAVIO DE INVESTIGAÇÃO “MAR PORTUGAL” Assinatura do contrato 2020-07-21 (IPMA) Na passada 6.ª feita, dia 17 de julho de 2020, foi assinado um contrato que vai garantir equipamento de mapeamento do fundo marinho e coluna de água ao navio "Mar Portugal", contando com financiamento do Programa EEA Grants / Crescimento Azul 2014-2021. O IPMA tem como parceiro neste Projeto o Institute of Marine Research, da Noruega. Este navio de exploração oceânica é uma embarcação multifuncional que permite que o IPMA cumpra a sua missão, contribuindo para o cumprimento das obrigações do Estado Português. . Nas palavras do Presidente do IPMA, Miguel Miranda, são "meios que o país deve garantir para poder ter uma participação nos oceanos nas próximas décadas". O Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, referiu a perseverança como a principal qualidade neste processo já longo, tendo lembrado que a contratação de tripulantes ficou clarificada no Regulamento de Inscrição Marítima, e que o concurso público internacional de contratação da tripulação para três anos, conduzido pelo IPMA, obteve a passada semana o necessário visto prévio do Tribunal de Contas. O Ministro anunciou, ainda, a intenção de alterar o nome do navio para 'Mário Ruivo", em homenagem ao biólogo português pioneiro na defesa do oceano e da investigação científica no mar. Com o novo equipamento, este navio poderá conduzir investigação marinha multidisciplinar centrada essencialmente no oceano Atlântico, envolvendo desde as áreas costeiras até ambientes ultra-profundos. As principais valências são a investigação ambiental, haliêutica, geofísica, e capacidade para a operação do ROV Luso, propriedade da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC). O financiamento do Projeto cabe ao programa “Crescimento Azul” das EEA Grants - uma parceria entre a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega - os quais, enquanto parceiros do mercado interno da União Europeia, estabeleceram um mecanismo financeiro plurianual para "promover um contínuo e equilibrado reforço das relações económicas e comerciais" e através do qual "apoiam financeiramente os Estados membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do PIB per capita", incluindo Portugal. A cerimónia de assinatura do contrato, decorreu nas instalações do IPMA em Algés, e contou com a presença, para além dos acima referidos, do Secretário de Estado do Planeamento, José Gomes Mendes e do embaixador da Noruega em Lisboa, Anders Erdal. O contrato foi assinado pela Diretora-Geral de Política do Mar, Helena Vieira, e pelo Presidente do IPMA, Miguel Miranda. O navio "Mar Portugal" tem 75 m de comprimento por 15 m de largura, dispõe de lugar para 30 investigadores, equipas técnicas e 16 tripulantes, tendo uma autonomia de 40 dias. Antes de ter sido convertido, em 2013, num navio de investigação e pesquisa para águas profundas (seguindo os mais exigentes padrões da indústria) era inicialmente uma embarcação de defesa e salvamento submarino.

domingo, 19 de julho de 2020

A obesidade mental - livro do prof Andrew Oitke , por JOÃO CÉSAR DAS NEVES: Nota da administração do blog- LEIAM, RELEIAM e PARTILHEM . MUITO, MUITO BOM!

A Obesidade Mental Andrew Oitke Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.» POR JOÃO CÉSAR DAS NEVES* O professor Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral. Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna. «Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.» Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.» O problema central está na família e na escola. «Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate. Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas. Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.» Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma: «o jornalista alimentase hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.» O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante. «Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.» Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura. «o conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto». As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras. «Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo. Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.»

quinta-feira, 16 de julho de 2020

JUNHO MUITO SECO EM PORTUGAL

JUNHO MUITO SECO Resumo Climatológico de junho de 2020 2020-07-04 (IPMA) Junho muito seco em Portugal continental O mês de junho classificou-se como muito seco com um valor médio da quantidade de precipitação muito inferior ao normal, apenas 27 % do valor médio. Na generalidade das estações meteorológicas os valores de precipitação foram muito inferiores ao normal em quase todo o território, exceto no Algarve e em particular na região de Faro onde foram superiores Desta forma verificou-se uma diminuição significativa dos valores de percentagem de água no solo em todo o território (Figura 1 esq.) e um aumento da área em seca meteorológica (Figura 1 dir.). As regiões do interior Norte-Centro e a região de Lisboa e Vale do Tejo estão na classe de seca fraca e a região Sul encontra-se nas classes de seca fraca e seca moderada. Em relação à temperatura do ar o mês de junho foi normal com um valor médio da temperatura média do ar muito próximo do valor médio 1971-2000 (-0.01 °C). O valor médio da temperatura mínima do ar foi inferior ao valor normal com uma anomalia de -0.62 °C, sendo o 3º valor mais baixo desde 2000; o valor médio da temperatura máxima do ar foi 0.59 °C superior ao valor normal 1971-2000. Até dia 19 os valores de temperatura do ar foram quase sempre inferiores ao valor médio mensal, a partir do dia 20 verificou-se uma subida da temperatura do ar, em particular da temperatura máxima, sendo de destacar os dias 22, 23, 29 e 30 com um valor médio de temperatura máxima no território superior a 30 °C.

domingo, 12 de julho de 2020

SINAIS DE RECUPERAÇÃO DA SARDINHA ATLANTO - IBERICA

SARDINHA ATLANTO-IBÉRICA Equipa da campanha PELAGO20, realizada a bordo do navio de investigação espanhol Miguel de Oliver 2020-07-01 (IPMA) Bons Sinais de Recuperação da Sardinha Atlanto-Ibérica De acordo com a avaliação científica, a biomassa reprodutora da sardinha atlanto-ibérica aumentou cerca de 66% entre 2019 e 2020, estimando-se esse valor, para o início de 2020, em 344 mil toneladas. Este aumento de biomassa deve-se sobretudo ao recrutamento da geração de 2019, a mais abundante desde 2004, à grande redução das capturas, e à gestão da pescaria realizada. Em 2020, e pela primeira vez desde 2009, a biomassa ultrapassa já o “trigger” MSY estando agora em “capacidade reprodutiva total”. O stock Ibérico de sardinha foi avaliado no final de junho de 2020 pelo CIEM (Conselho Internacional para a Exploração do Mar) o organismo científico internacional que apoia a comissão europeia, e os estados membros da união, no aconselhamento sobre o estado biológico da sardinha atlanto-ibérica, e as oportunidades de pesca, reunindo informação dos cruzeiros de investigação e dos desembarques em lota. O parecer, já divulgado, pode ser encontrado num dos links indicados abaixo. O parecer do CIEM seguiu o procedimento regular solicitado pela Comissão Europeia para 2021, e ainda, por solicitação dos governos de Portugal e Espanha, que em conjunto gerem esta pescaria, incluiu a revisão em alta do aconselhamento para 2020 tendo em conta os dados mais recentes das campanhas e da pescaria. O parecer informa sobre um conjunto de alternativas de gestão que incluem o MSY (maximum sustainable yeld) e a utilização de uma regra de exploração precaucionaria no longo prazo, já aferida pelo CIEM. Portugal e Espanha acordaram em 2018 gerir a pesca da sardinha com base num Plano de Gestão e Recuperação, que conduziu a uma grande contenção nas capturas e a medidas adicionais de proteção de juvenis e de gestão da pescaria. Estas medidas resultaram numa redução de 90% da mortalidade por pesca nos últimos 8 anos. A recuperação observada assentou em parte na grande redução do esforço de pesca que tem lugar desde 2012 e se acentuou a partir de 2014, e no conjunto de medidas de gestão decididas pelos dois governos (Imagem 1). Apesar da falta da campanha acústica espanhola de primavera, que não se realizou devido à pandemia da COVID-19, o processo pode utilizar na totalidade a campanha acústica portuguesa, realizada com a utilização do navio de investigação espanhol Miguel Oliver, e a colaboração de investigadores do IPMA e do Instituto Espanhol de Oceanografia. Uma das conclusões dominantes deste estudo prende-se com a melhoria do recrutamento, já determinada no cruzeiro do outono de 2019 (Imagem 2). É importante assinalar o facto de o elevado recrutamento de 2019 ter sido gerado por uma biomassa desovante reduzida. Esta situação não é inédita na história do recurso (ocorreu em 1999-2000), e parece indicar que os factores ambientais terão sido determinantes no sucesso do recrutamento. O IPMA está a estudar se as condições ambientais podem explicar este ano de exceção em relação à década anterior, ou se este foi resultado de ter aumentado a população reprodutora devido à importante redução do esforço de pesca, ou uma combinação dos dois fatores. Esta questão está intimamente relacionada com a possível transição entre regimes de recrutamento. Importa ainda salientar a predominância de indivíduos jovens com baixo potencial reprodutivo, cuja sobrevivência é importante assegurar para um futuro de pesca sustentável, bem como a necessidade de ser mantido o esforço de monitorização constante desta espécie, e de assentar os mecanismos de gestão no aconselhamento científico. Documentos de apoio: Série histórica completa da evolução da sardinha atlanto-ibérica pode ser consultada em http://www.ipma.pt/pt/pescas/recursos/sardinha/index.jsp. Revisão do aconselhamento ICES 2020: http://ices.dk/sites/pub/Publication%20Reports/Advice/2020/Special_Requests/porsp.2020.06.pdf Aconselhamento ICES 2021: http://ices.dk/sites/pub/Publication%20Reports/Advice/2020/2020/pil.27.8c9a.pdf [IPMA, 01/07/2020]

sábado, 11 de julho de 2020

SIM....METRO PARA A TFA ´é uma obra prioritária e urgente. JÁ METEM NOJO 0S JOGOS PESSOAIS E PARTIDÁRIOS.

SIM… É UMA OBRA PRIORITÁRIA E URGENTE: CONCLUIR A LINHA DE METRO NO NORTE DE PORTUGAL, ENTRE A MAIA (ISMAI) E PARADELA (TROFA). PORQUÊ? A – POR RAZÕES DE JUSTIÇA. B – PARA ACABAR COM O PREJUÍZO QUE SE CAUSA AOS POVOS DA REGIÃO NORTE. A – POR RAZÕES DE JUSTIÇA Quando o METRO do Porto planificou a 1ª fase de instalações da rede, incluiu a Linha da Trofa, para substituir a Linha de Caminho de Ferro, bitola estreita, que ia do Porto-Trindade para Guimarães, atravessando a Trofa. Mandou arrancar os carris todos do Porto até à Trofa, isto em 2002, para o canal ficar livre para as obras do Metro. Com atrasos, a linha foi-se fazendo até ao Ismai, isto em 2006. Depois o Metro do Porto reequacionou o trajecto que faltava, 10 Kms da Maia à Trofa, mandando alterar o projecto que existia para via dupla. Em 22 de Dezembro de 2009 saiu no Diário da república o concurso para a obra. Dois meses depois, José Sócrates, resolveu suspender tudo, ficando o concurso sem efeito. Estão já decorridos 13 anos desde que o caminho-de-ferro foi retirado! A Trofa é como um coração no meio do corpo da Região Norte, ao qual lhe foi retirado uma veia fundamental para a sua existência, pois: 1 – Os cidadãos do concelho da Trofa viram-se privados do comboio, de linha estreita, nunca tendo pedido o Metro! 2 – Há milhares de cidadãos que não vivem na Trofa, mas lá trabalham, estudam, ou lá se deslocam para tratar de assuntos junto de Hospitais, centros de Saúde, organismos públicos, firmas, etc. 3 - Há um enorme trânsito de pessoas de outros concelhos, que atravessam a Trofa em todos os sentidos, de Norte para Sul e vice-versa, e de Nascente para Poente e vice-versa, e que se serviam do comboio cuja linha lhes foi roubada. Todos estes cidadãos ficaram privados do comboio de linha estreita, e não têm ainda o metro, como têm todas as outras povoações para onde o Metro foi projectado. Note-se que, em 24 de Outubro de 2011 o signatário desta exposição, apresentou na Assembleia da República uma Petição com 8200 assinaturas, Petição essa que foi discutida e aprovada por todos os partidos políticos, recomendando-se ao Governo que a obra fosse equacionada com urgência. MAS O PODER CENTRAL NÃO TOMA INICIATIVAS! Entretanto, e desde a data em que o comboio foi suspenso em 2002 até agora, NOVEMBRO de 2015, já passaram 13 anos. NOTA: AO REFERIR ESTA TEMÁTICA DE «RAZÕES DE JUSTIÇA» JUSTIFICAM-SE INCLUIR AQUI DOIS ANEXOS: --- O 1º ANEXO, TEM O TÍTULO «O país é governado por uma endogamia paroquial centralizada na capital». Além da versão portuguesa está ainda traduzido em Alemão, Inglês e Francês. --- O 2º anexo, é uma notícia de um Jornal do Porto, de 2009, sobre o lançamento do concurso para a conclusão da LINHA DA TROFA. Tem um resumo em Alemão, Francês e Inglês. B – PARA ACABAR COM O PREJUÍZO QUE SE CAUSA AOS POVOS DA REGIÃO NORTE, e PARTICULARMENTE AO POVO DA TROFA. B 1 –O PREJUÍZO NAS DESLOCAÇÕES DOS CIDADÃOS E O PREJUÍZO AO COMÉRCIO. INDÚSTRIA, SERVIÇOS E TRANSPORTES. O centro da cidade da Trofa, era atravessado por duas linhas de comboio: Uma, de via larga, que vinha de Porto-Campanhã, e depois da Trofa, seguia para Braga. Outra linha, de via estreita, que vinha de Porto-Trindade e seguia para Guimarães, servindo particularmente as freguesias a poente da Trofa, e facilitando o acesso a inúmeras Indústrias, Serviços, Centros Comerciais, etc, da parte central da Trofa. Ora a situação actual é: O centro da Trofa, onde estão muitos organismos públicos, profissões liberais, casas de comércio, centros comerciais, bancos, seguros, centros de saúde, pequenas indústrias, igrejas, restaurantes, cafés, firmas de serviços, etc, ESTÁ ACTUALMENTE DESERTO! E porquê? A resposta é: 1 – A retirada da linha larga de comboio, que segundo um projecto da Refer, foi desviada à entrada da Trofa para a periferia, criando-se uma nova estação ferroviária, em Paradela, ficando essa estação nova da Trofa a constituir um INTERFACE RODO FERROVIÁRIO, que é ESPECTACULAR, para nele confluírem autocarros, táxis, automóveis e O METRO! Nota: Anexa-se uma fotografia da Estação de Paradela. OBS: Como o Metro ainda lá não chegou, este interface está subaproveitado, e desperdiçado todo o tipo de ligações que ele oferece. 2 - A retirada da linha de bitola estreita de comboio, arrancando-se todos os carris desde a Maia até à Trofa, para deixar livre esse canal de comboio, para a construção da linha do Metro. Com estas duas retiradas de linhas do centro da Trofa, os cidadãos da Trofa, e todos aqueles que precisam de se deslocarem à Trofa por inumeráveis motivos, ou ainda aqueles que precisam simplesmente de atravessar a Trofa, ficaram gravemente afectados nas suas deslocações, tendo que recorrer a percursos alternativos muito mais longos, tendo que recorrer a serviços de táxis, tendo que recorrer a autocarros (que funcionam muito mal, em percursos restritos, e com impossibilidade de aceitar todos os tipos de passageiros), e tendo que recorrer aos seus próprios automóveis. O uso de autocarros e de automóveis vem sobrecarregar a Estrada Nacional 14, que está com um trânsito infernal, e vem aumentar drasticamente a poluição do ar. Ainda acerca do uso de autocarros, para, por exemplo, quem chega ao ISMAI, na Maia, (onde actualmente pára o Metro) e queira prosseguir para chegar à Trofa ou para arranjar ligações para atravessar a Trofa, torna-se inviável usá-los, seja pelo local em que eles estacionam ao ar livre abaixo do nível da linha do Metro (sujeição portanto ao mau tempo ou calor extremo) seja pelas limitações que os autocarros implicam, como as que se seguem: -- Impossibilidade de aceitarem carrinhos de bebés -- Impossibilidade de aceitarem grandes volumes, como malas (de quem está em viagem) instrumentos musicais (como violoncelos) -- Impossibilidade de aceitarem bicicletas -- Dificuldades de acesso a deficientes visuais ou motores -- Entradas e saídas de Idosos -- Movimentação de todos aqueles que usam bengalas ou canadianas -- Movimentação de quem está acompanhado de crianças A tudo isto me refiro com experiência própria, porque diariamente constato o que se passa nas localidades servidas por onde existe Metro. OS CIDADÃOS DA REGIÃO NORTE DO PAÍS E DA TROFA, TÊM O DIREITO DE USUFRUIR DE TODAS AS CONVENIÊNCIAS E FACILIDADES QUE O METRO DO PORTO PROPORCIONA AOS SEUS UTENTES, NO RESTO DOS CONCELHOS QUE FORAM CONTEMPLADOS COM O METRO. B 2 – O PREJUÍZO DOS PROPRIETÁRIOS DOS TERRENOS ADJACENTES AO CANAL QUE ERA DA LINHA DO COMBOIO, E QUE AGORA SERÁ PARA A PASSAGEM DO METRO. Há já quase 14 anos que os donos desses terrenos não podem lá construir, beneficiar ou vender os mesmos, por estarem situados na zona de servidão por onde passava o comboio, e que está agora reservado para a passagem do Metro. EPÍLOGO desta exposição Tem que ser concluída a linha da Trofa, segundo o projecto inicial ou com alternativas menos onerosas (que as há), mas no antigo canal ferroviário reservado para a passagem do Metro, a estação do Ismai tem que ser unida ao interface Rodo ferroviário em Paradela na Trofa, e com muita urgência. A falta da conclusão desta linha da TROFA provoca pois um grande descontentamento nas populações, que se sentem revoltadas com o poder central e com a União Europeia, interrogando-se para o que serve esta, quando financia, aqui no Norte do país, em alguns locais, Estradas e Auto-estradas inúteis, onde acontece o escândalo de passar uma viatura de 15 em 15 minutos, quando não considera obra prioritária a conclusão da Linha da Trofa que beneficiará diariamente milhões de pessoas e que trará um grande impulso, (no decorrer da obra e depois quando o Metro chegar à Trofa), à economia e ao emprego desta região. Realize-se um referendo aqui no Norte para se tornar independente de Lisboa e para sair da União Europeia, e ver-se-ão os resultados. Espero sinceramente que fiquem agora inteirados da verdade sobre esta desejada obra. Henrique de Almeida Cayolla Cidadão da Trofa

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Ainda não vimos nada! ~~ Antº Barreto - Sociólogo - NOTA DO ADMINISTRADOR DO BLOG: Embora seja um texto bastante extenso, recomendo uma leitura completa desta preocupante análise - HENRIQUE CAYOLLA

Date: terça, 30 de jun de 2020, 22:49 Ainda não vimos nada! ~~ Antº Barreto - Sociólogo Republicanos, corporativistas, fascistas, comunistas e até democratas mostraram, nos últimos séculos, que se dedicaram com interesse à revisão selectiva da História, assim como à censura e à manipulação. 14 de Junho de 2020 É triste confessar, mas ainda estamos para ver até onde vão os revisores da História. Uma coisa é certa: com a ajuda dos movimentos anti-racistas, a colaboração de esquerdistas, a covardia de tanta gente de bem e o metabolismo habitual dos reaccionários, o movimento de correcção da História veio para ficar. Serão anos de destruição de símbolos, de substituição de heróis, de censura de livros e de demolição de esculturas. Até de rectificação de monumentos. Além da revisão de programas escolares e da reescrita de manuais. Tudo, com a consequente censura de livros considerados impróprios, seguida da substituição por novos livros estimados científicos, objectivos, democráticos e igualitários. A pujança deste movimento através do mundo é tal que nada conseguirá temperar os ânimos triunfadores dos novos censores, transformados em juízes da moral e árbitros da História. Serão criadas comissões de correcção, com a missão de rever os manuais de História (e outras disciplinas sensíveis como o Português, a Literatura, a Geografia, o Meio Ambiente, as Relações Internacionais…), a fim de expurgar a visão bondosa do colonialismo, as interpretações glorificadoras dos descobrimentos e os símbolos de domínio branco, cristão, europeu e capitalista. Comissões purificadoras procederão ao inventário das ruas e locais que devem mudar de nome, porque glorificam o papel dos colonialistas e dos traficantes de escravos. Farão ainda o levantamento das obras de arte públicas que prestam homenagem à política imperialista, assim como aos seus agentes. Já começou, aliás, com a substituição do Museu dos Descobrimentos pelo Memorial da Escravatura. Teremos autoridades que tudo farão para retirar os objectos antes que as hordas cheguem e será o máximo de coragem de que serão capazes. Alguns concordarão com o seu depósito em pavilhões de sucata. Outros ainda deixarão destruir, gesto que incluirão na pasta de problemas resolvidos. Entretanto, os Centros Comerciais Colombo e Vasco da Gama esperam pela hora fatal da mudança de nome. Praças, ruas e avenidas das Descobertas, dos Descobrimentos e dos Navegantes, que abundam em Portugal, serão brevemente mudadas. Preparemo-nos, pois, para remover monumentos com Albuquerque, Gama, Dias, Cão, Cabral, Magalhães e outros, além de, evidentemente, o Infante D. Henrique, o primeiro a passar no cadafalso. Luís de Camões e Fernando Pessoa terão o devido óbito. Os que cantaram os feitos dos exploradores e dos negreiros são tão perniciosos quanto os próprios. Talvez até mais, pois forjaram a identidade e deram sentido aos mitos da nação valente e imortal. Esperemos para liquidar a toponímia que aluda a Serpa Pinto, Ivens, Capelo e Mouzinho, heróis entre os mais recentes facínoras. Sem esquecer, seguramente, uns notáveis heróis do colonialismo, Kaúlza de Arriaga, Costa Gomes, António de Spínola, Rosa Coutinho, Otelo Saraiva de Carvalho, Mário Tomé e Vasco Lourenço. Não serão esquecidos os cineastas, compositores, pintores, escultores, escritores e arquitectos que, nas suas obras, elogiaram os colonialistas, cúmplices da escravatura, do genocídio e do racismo. Filmes e livros serão retirados do mercado. Pinturas murais, azulejos, esculturas, baixos-relevos, frescos e painéis de todas as espécies serão destruídos ou cobertos de cal e ácido. Outras comissões terão o encargo de proceder ao levantamento das obras de arte e do património com origem na África, na Ásia e na América Latina e que se encontram em Portugal, em mãos privadas ou em instituições públicas, a fim de as remeter prontamente aos países donde são provenientes. Os principais monumentos erectos em homenagem à expansão, a começar pelos Jerónimos e pela Torre de Belém, serão restaurados com o cuidado de lhes retirar os elementos de identidade colonialista. Os memoriais de homenagem aos mortos em guerras do Ultramar serão reconstruídos a fim de serem transformados em edifícios de denúncia do racismo. Não há liberdade nem igualdade enquanto estes símbolos sobreviverem. Muitos pensam que a História é feita de progresso e desenvolvimento. De crescimento e melhoramento. Esperam que se caminhe do preconceito para o rigor. Do mito para o facto. Da submissão para a liberdade. Infelizmente, tal não é verdade. Não é sempre verdade. Republicanos, corporativistas, fascistas, comunistas e até democratas mostraram, nos últimos séculos, que se dedicaram com interesse à revisão selectiva da História, assim como à censura e à manipulação. E, se quisermos ir mais longe no tempo, não faltam exemplos. Quando os revolucionários franceses rebaptizaram a Catedral de Estrasburgo, passando a designá-la por Templo da Razão, não estavam a aumentar o grau de racionalidade das sociedades. Quando o altar-mor de Notre Dame foi chamado de Altar da Liberdade, caminharam alegremente da superstição para o preconceito. E quando os bolchevistas ocuparam a Catedral de Kazab, em São Petersburgo e apelidaram o edifício de Museu das Religiões e do Ateísmo, não procuravam certamente a liberdade e o pluralismo. E também podemos convocar os Iconoclastas de Istambul, os Daesh de Palmira ou os Taliban de Bamiyan que destruíram símbolos, combateram a religião e tentaram apropriar-se tanto do presente como do passado. Os senhores do seu tempo, monarcas, generais, bispos, políticos, capitalistas, deputados e sindicalistas gostam de marcar a sociedade, romper com o passado e afastar fantasmas. Deuses e comendadores, santos e revolucionários, habitam os seus pesadelos. Quem quer exercer o poder sobre o presente tem de destruir o passado. Muitos de nós pensávamos, há cinquenta anos, que era necessário rever os manuais, repensar os mitos, submeter as crenças à prova do estudo, lutar contra a proclamação autoritária e defender com todas as forças o debate livre. É possível que, a muitos, tenha ocorrido que faltava substituir uma ortodoxia dogmática por outra. Mas, para outros, o espírito era o de confronto de ideias, de debate permanente e de submissão à crítica pública. O que hoje se receia é a nova dogmática feita de novos preconceitos. Não tenhamos ilusões. Se as democracias não souberem resistir a esta espécie de vaga que se denomina libertadora e igualitária, mergulharão rapidamente em novas eras obscurantistas.