segunda-feira, 22 de agosto de 2022
Dennis Rodman, o diplomata improvável que vai à Rússia tentar libertar Griner (mas os EUA estão contra a viagem) -OBSERVADOR
Ex-jogador da NBA conhecido pela relação com Kim Jong-un tem permissão para ir a Moscovo. Em 2014, após encontrar-se com Putin, descreveu líder russo como "um tipo genial". EUA desaconselham viagem.
Dennis Rodman, aqui numa imagem no último All-Star Game da NBA, foi cinco vezes campeão por Detroit Pistons e Chicago Bulls
A melhor forma de perceber o impacto que Dennis Rodman pode ter até depois de terminar a carreira é olhar para as reações ao documentário The Last Dance da Netflix e perceber que a maioria queria ver logo de seguida o mesmo mas à luz do antigo poste e não tanto de Michael Jordan (para muitos “apenas” o melhor jogador de todos os tempos) e dos sucessos dos Bulls na NBA na década de 90. Para o bem ou para o mal, no melhor ou no pior, o Verme é único. Sempre foi único, desde os tempos dos Bad Boys de Detroit aos anos gloriosos em Chicago. Será sempre único, entre um corpo de 61 anos e uma forma de olhar para a vida que nunca passou dos 20, sempre a olhar para si sem pensar no que os outros possam achar.
Durante e depois de uma carreira de basquetebolista de quase década e meia de NBA que acabou com as passagem por México, Itália, Finlândia e Inglaterra, Rodman foi um pouco de tudo. Ator, cantor, lutador de wrestling, escritor. Agora, e cada vez mais, o foco parece passar pela diplomacia sem carreira de diplomata. Assim, e depois das visitas à Coreia do Norte a convite do amigo Kim Jong-un para tentar amenizar a escalada da tensão entre o país e os EUA, a próxima missão envolve a Rússia e o “amigo” Vladimir Putin. E a olhar para o à vontade que teve na primeira experiência no país asiático, tem tudo para ser bem recebido.
“Quando me pediram que fosse à Coreia do Norte pensei ‘Sim, vou’. Julguei que ia a uma sessão de autógrafos ou jogar basquetebol. Não sabia nada da Coreia do Norte mas desde que fosse seguro disse que ia. Foi genial. Quando sai do avião havia um tapete vermelho e todas as pessoas estavam de uniforme. Entrei no aeroporto, estavam umas 80 pessoas em redor, todas encostadas à parede, e eu no meio. Até que alguém me pergunta ‘Estás feliz na Coreia do Norte?'”, contou Dennis Rodman no podcast Hotboxin, de Mike Tyson, na visita em que acompanhou a equipa dos Harlem Globetrotters que foi a primeira ao país.
“Estavam 22.000 norte-coreanos que de repente se puseram de pé e começaram a aplaudir até que alguém me disse ‘É para ele’, apontando para Kim Jong-un’. Perguntei ‘Mas quem é este tipo?’ e disseram-se ‘É o nosso líder’. O que recordo a seguir é que estávamos a jantar, bêbados como a m****. Ele começou a cantar karaoke e eu sem fazer ideia que raio estava a dizer. Toda a gente começou a aplaudir, até que aparece uma banda de miúdas. Eram umas 18, fantásticas, mas só tocaram uma canção. Só uma canção… Mas o Kim Jong-un é um amigo para a vida”, acrescentou ainda o antigo jogador nascido em Nova Jérsia.
Agora, numa entrevista à NBC News, Dennis Rodman contou que vai viajar até à Rússia para se encontrar com Vladimir Putin e negociar a libertação da norte-americana Brittney Griner, jogadora norte-americana de basquetebol que foi detida e condenada a nove anos de prisão por tráfico e posse de droga. “Já obtive a permissão para ir à Rússia ajudar esta rapariga, estou a tratar das coisas para ir esta semana”, disse, sem nunca fazer qualquer menção à guerra na Ucrânia e ao impacto que está a ter no mundo. No entanto, também à NBC, um alto funcionário do governo dos EUA manifestou a sua preocupação pela viagem do antigo atleta, dizendo que essa incursão poderia “prejudicar seriamente” o processo: “É uma informação pública que a administração fez uma oferta significativa aos russos e qualquer outro tipo de negociação que não seja por este canal estabelecido pode complicar os esforços de libertação”.
De recordar que, em 2014, Rodman tinha falado de Putin como “um tipo genial” depois de se reunir com o líder russo. “Se o conheço? Eu conheço-o demasiado bem”, acrescentou o jogador cinco vezes campeão da NBA que, numa das visitas à Coreia do Norte, ajudou à libertação do norte-americano Kenneth Bae.
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