quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Revista SÁBADO - Um "cheirinho" do conteúdo. Reparem na Editorial "A estranheza de Paulo Macedo"

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Revista já nas Bancas
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Avestruzes e curto-circuitos


Para procurarmos as melhores dicas sobre a boa vida na costa alentejana, optámos desta vez por enviar os repórteres Diogo Lopes e Gonçalo Correia numa road trip de algumas centenas de quilómetros com múltiplas paragens. Pode ver o resultado, bem detalhado e cheio de surpresas, nas páginas 34 a 46. É um dossiê longo, fora do qual ficaram, naturalmente, algumas peripécias. Omitimos, a título de exemplo, os casos em que Diogo e Gonçalo levaram longe demais a interacção com "os locais". Por exemplo, quando, a caminho de Sines, à saída de Porto Covo, pararam junto ao terreno onde costumam estar avestruzes, Gonçalo resolveu viver perigosamente e dar-lhes bolachas de milho. Foi necessário saírem rapidamente dali quando elas ameaçaram enfiar a cabeça dentro do carro para comerem mais. Falando de perigo, num restaurante em Vila Nova de Milfontes, os repórteres puseram um dos telefones a carregar numa ficha ao pé da mesa. Por "coincidência", a luz foi abaixo umas quatro vezes em dois minutos. A tomada estava estragada e provocava curto-circuitos. E é melhor não contar mais. 

Quando Miguel Sousa Tavares chegou à Tapada das Necessidades, o calor era abrasador. Coisa nada adequada à caça: ele até já foi desafiado a ir caçar a Marrocos com amigos, mas até agora o calor funcionou como um dissuasor persistente. Na entrevista com a editora Maria Henrique Espada, não se escusou a declarações potencialmente abrasivas, com alvos variados. Sabedor de que uma conversa longa nem sempre cabe nas páginas destinadas, só fez um pedido, logo a abrir: "Vou dar uma estocada n'Os Verdes, veja lá se não corta essa parte!" O tiro vinha preparado. Não o cortámos, como pode ler nas páginas 47 a 52. Já Patrícia Fonseca, deputada do CDS, não fez nenhum pedido, mas deixou uma promessa: para alguém que defende tanto a caça, é uma lacuna no currículo não ir à caça e terá de lhe pôr fim. Ficou prometido. Veremos se cumpre, faça calor ou faça frio.

Editorial
A estranheza de Paulo Macedo

A CGD é um banco essencial e a sua dimensão pública é inquestionável. Mas isso não furta o banco público e os seus administradores, directores e funcionários a um escrutínio público imperativo. Pelo contrário, só aumenta a importância e a exigência de tal escrutínio 

Opresidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, acha "estranho" que as administrações do banco público sejam alteradas de cada vez que muda o governo. Compreendendo as limitações de Paulo Macedo no aprofundamento do debate sobre esta matéria - ele é o actual presidente da CGD -, não deixa de ser espantoso que esse facto objectivo e com um vasto rol de sucessivas comprovações cause apenas um sentimento de "estranheza" a um político e gestor bancário com a experiência e responsabilidade pública de Paulo Macedo. Têm sido as tímidas "estranhezas" dos nossos políticos, supervisores, e empresários nesta matéria que impediram até hoje um verdadeiro debate nacional sobre a CGD. As administrações mudam consoante as chegadas e as partidas de governos porque a CGD é, há décadas, a vaca leiteira do regime e um feudo exclusivo dos partidos do centrão. Se não fosse isso e o correspondente buraco financeiro que o amiguismo político criou, os milhões de portugueses com conta na CGD não estariam agora a pagar as comissões pornográficas aprovadas por esta administração. Essa é uma parte da factura da corrupção material e moral que há muito grassa na Caixa e que agora estamos todos a pagar. Sem qualquer "estranheza", de resto…



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