sábado, 20 de outubro de 2018

Não nos tirem AS MARIAS LEAIS...

MaggImagem de destaqueFotografia do autorPor RICARDO MARTINS PEREIRA 
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Esta semana, as redes sociais tiveram dois alvos: Daniel Cardoso, que ficará conhecido nos seus 15 minutos de fama como “o professor que é contra dar beijinhos aos avós”, e Maria Leal, que já teve bem mais do que 15 minutos de fama, e que será sempre aquela pessoa que apareceu a dançar e a cantar na televisão com um ar de quem tinha exagerado nos drunfos.
Por entre as milhares de reações que as duas histórias geraram no Facebook, muitas, muitas mesmo, eram a atacar os que “dão antena” a estas personagens. Este é só mais um exemplo. De cada vez que alguém diz disparates, faz disparates ou se expõe ao ridículo há sempre quem venha dizer que a culpa é de quem lhes dá antena. Muito provavelmente, essas mesmas pessoas são as que usam parte do seu tempo para consumir os conteúdos em que estas pessoas aparecem, para partilhar os seus conteúdos ridículos, e são as primeiras a rirem-se destes disparates. E era aqui que queria chegar: ao riso.
O politicamente correto, as regras, a formatação da sociedade, as ditaduras do que é certo e errado, as obrigações morais, os censores do Facebook estão a tornar-nos nuns chatos do caraças. Deixámos de nos saber rir, deixámos de saber levar alguns aspetos da vida com descontração. Há momentos para falar de coisas sérias, há assuntos importantes que devem ser discutidos, mas depois também há o lado mais fun e descontraído da vida, e esse equilíbrio é fundamental para que possamos ser um bocadinho menos carrancudos. As Marias Leais desta vida podem ser tristes para algumas pessoas, mas se nos fazem rir qual é que é mesmo o problema de se lhes dar antena? Problema a sério tem o rapazito que, ao que parece, de acordo com o que disse na reportagem da SIC, ficou alegadamente a arder com um milhão de euros à conta dela. Isso é que não dá para rir. Agora o resto?
A MAGG esteve no passado fim de semana na ModaLisboa e está desde quinta-feira a fazer a cobertura do Portugal Fashion. Nos dois eventos, procurámos mostrar aos nossos leitores o lado mais sério e importante da moda, fazendo críticas aos desfiles, falando de tendências de street style presentes, mostrando curiosidades, como o interior das carteiras de várias famosas, os bastidores dos desfiles, mas também nos quisemos rir um pouco, e por isso convidámos o humorista Hugo Subtil para ser nosso repórter por um dia (o resultado foi hilariante), ou escolhemos looks daqueles muito estranhos que encontrámos por lá e elegemos o melhor e o pior de cada dia. Mas também isso, esse lado mais fun da moda, sobretudo quando se escreve qualquer coisa que não seja um elogio, é alvo da ira de muita gente, como se criticar a roupa de alguém fosse o mesmo que atacar a integridade moral de uma pessoa. Precisamos urgentemente de aprender a rir, de levar a vida um bocadinho menos a sério. Na MAGG, mesmo que nos critiquem, continuaremos (e prometemos isso) a tentar falar de assuntos importantes, relevantes, preocupantes, mas também descontraídos, divertidos e disparatados, se acharmos que isso vai animar os nossos leitores.
Quem falou de assuntos muito sérios na MAGG foi a nossa jornalista Ana Bernardino. Um deles foi sobre como é viver com ataques de pânico. Para ler, também, um artigo da Catarina da Eira Ballestero sobre como o facto de estarmos sempre a usar o Whatsapp pode afetar a nossa relação. E se lhe disser que há mais pessoas a morrer devido ao facto de passarem demasiadas horas sentadas do que de sida? É isto que defende um médico, que fala sobre o drama de quem passa oito horas sentado num escritório, todos os dias. O trabalho é da Filipa Castelão.
Mais abaixo, deixo outras sugestões de artigos para ler este fim de semana, com ideias de programas, coisas para fazer, ver, comer, experimentar. Qualquer coisa, dúvida, um só um olá, estou aqui: [email protected] Até sexta e bom fim de semana.

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