sexta-feira, 22 de abril de 2022
LONGEVIDADE - VIVER MAIS E MELHOR
Esta é a nova newsletter Expresso Longevidade, uma marca do jornal Expresso. Uma vez que subscreveu outras newsletters do Expresso, damos-lhe a conhecer este novo projeto, que achamos que pode ser do seu interesse.
Mensalmente, trazemos até si as principais notícias, explicações e perspetivas sobre os desafios de vivermos mais anos: o que vai mudar na nossa vida, que avanços na saúde podem marcar os próximos anos, qual o impacto do envelhecimento nas nossas poupanças, nas cidades e na nossa vida social. Este projeto tem o apoio da Fidelidade e Novartis.
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Alterações demográficas
Comecemos pelas boas notícias: vivemos cada vez mais anos - tal como acontece na maioria dos países do mundo - e a tendência será para um aumento da esperança de vida. Mas se os progressos na saúde e tecnologia nos permitem viver mais, a longevidade representa também um dos grandes desafios do nosso tempo. Todos queremos chegar novos a velhos. Será possível?
Este é o tema que o Expresso vai discutir nos próximos dois anos. Porque nem tudo são boas notícias: Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo e prevê-se que, a médio prazo, seja o terceiro.
O impacto será transversal: serviços, saúde, habitação, educação, emprego, banca, finanças, tecnologia e turismo, nenhuma destas áreas deixará de ser afetada pelo envelhecimento da população.
Economia inteligente
Como nos devemos posicionar? Vários países estão a apostar na longevidade como um factor de desenvolvimento – em vez de uma fatalidade. E há cinco regiões do globo onde as pessoas vivem mais e melhor. São as chamadas “Zonas Azuis”. Aqui abundam os centenários e pessoas que envelhecem sem doenças: Okinawa, no Japão; Icária, na Grécia; Província de Ogliastra, na Sardenha (Itália); Loma Linda, nos EUA; Península de Nicoya, na Costa Rica.
Um pouco por todo o mundo a longevidade é uma aposta para o futuro. Retardar ou até reverter o envelhecimento tem sido um dos objetivos dos grandes investimentos de bilionários de Silicon Valley. Na Europa, Suíça está a criar o “Vale da Longevidade” para enfrentar o desafio demográfico, focando investimentos em biotecnologia, e na inteligência artificial integrada nos seus sistemas de saúde, económicos e financeiros.
Há, no entanto, um factor determinante e que não depende da tecnologia: o envelhecimento ativo. É por isso que o sociólogo António Barreto defende a abolição do “limite de idade” para trabalhar.
“Já vivi mais 25 anos do que era suposto”, disse ao Expresso, lembrando que quando nasceu a sua esperança de vida era de 54 anos. Com quase 80, o cientista social continua a trabalhar todos os dias.
A nossa estratégia
Em Portugal está a ser criada a Rede Portuguesa de Envelhecimento Saudável e Ativo que inclui projetos de várias cidades age-friendly, de norte a sul do País e Madeira. O Governo lançou também o documento “Estratégia nacional para o envelhecimento ativo e saudável – 2017-2025”, em linha com as orientações da Comissão Europeia.
Ainda temos, certamente, um longo caminho a percorrer para minimizar o impacto da população com mais de 50 anos, que se estima vir a representar mais de 88,7 milhões de postos de trabalho na Europa.
Mesmo assim, Portugal continua a subir no ranking da felicidade das Nações Unidas. Estamos no segundo terço da tabela, na posição 56. Mas se todos queremos chegar a velhos com qualidade de vida e finanças equilibradas, será necessário encontrar respostas para a crise demográfica. Sobretudo ter a noção daquilo que a médica e ex-deputada, Isabel Galriça Neto, disse ao Expresso: "a sociedade ainda não compreendeu o desafio enorme que enfrenta, relacionado com o aumento da longevidade".
Acompanhe todas as notícias sobre este tema em expresso.pt/longevidade
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