segunda-feira, 11 de abril de 2022
O RASTO QUE A GUERRA NOS DEIXA - EXPRESSO - DAVID DINIS . Director Adjunto
David Dinis
Diretor-adjunto
O rasto que a guerra nos deixa
11 ABRIL 2022
Viva, como tem passado?
Hoje cabe-me trazer-lhe alguns dos mais importantes trabalhos que fizemos no Expresso durante o último mês – um mês importante para nós no Expresso, em que recuperámos o nosso site, mas um mês duríssimo de guerra como nunca imaginámos ver regressar à Europa e que acompanhamos sempre ao minuto.
Começo, precisamente, pela guerra na Ucrânia, mas por alguns trabalhos que infelizmente permanecem bem atuais nos noticiários e no nosso pesado estado de espírito. Como este “Sabem uma coisa? Sinto-me um cobarde”, uma das primeiras reportagens que fizemos, ainda à distância, contando a história de uma família de portugueses na hora de abandonar a Ucrânia. Foi um dos mais lidos do último mês.
Enquanto os que podiam e tinham recurso foram procurando abrigo, nós fomos até lá. E de lá a Ana França (primeiro com o Tiago Miranda, depois com o Rui Duarte Silva) entregou-nos a “Raiva e Resistência na Ucrânia: Se não estivermos dispostos a morrer, nunca seremos livres”.
Esta semana, depois do que vimos acontecer em Bucha, mostrou-nos com os seus olhos a libertação que trouxe o horror.
A par desta outra reportagem em Borodyanka: “Voltar a viver aqui é difícil porque eles deixaram aqui toda a sua crueldade”.
Ao longo destas longas semanas fizemos também entrevistas, discutindo os muitos temas que estamos obrigados a discutir na atualidade. Foi assim que nasceram estes quatro textos:
“A Rússia sabe que a probabilidade de ser responsabilizada por crimes de guerra é bastante remota”.
“O sucesso histórico das sanções não é significativo, mas os efeitos nas economias ocidentais... E são democracias, as pessoas votam”.
“A Rússia está numa situação como a que os EUA enfrentaram no Vietname”.
“Agora vai ser mais difícil Putin ter uma velhice feliz e descansada”, este último de José Milhazes, que todos conhecemos tão bem.
Mas também fomos olhar as armas que matam na Ucrânia, num guia visual, descrevendo com mais pormenor o que são as armas termobáricas ou “bombas de vácuo”.
E, para mal dos nossos pecados, também esta dolorosa ameaça nuclear: a Rússia tem mais armas do que os EUA, mas as ogivas não se medem em números.
O que perdurará também, e que se impõe recordar em democracia pluralista, são as vozes discordantes. A voz de Moscovo – do ex-espião português que foi à universidade de Lavrov dar cobertura a Putin. Ou ainda a do PCP, quando João Oliveira acusou Zelensky de pactuar com a “limpeza étnica de ucranianos russófilos”.
Mas fecho este bloco de recomendações de leitura com outro texto sobre conflitos. Neste caso, uma importante multimédia sobre as outras guerras a que não estamos a prestar atenção. Aqui, não nos esquecemos delas também.
Mas houve outras histórias a marcar o mês.
A das máfias da droga: “Não temos corpos espalhados na rua por mera sorte”.
A dos fuzileiros acusados de matar um PSP, acusados por Gouveia e Melo e que um capelão da Marinha defendeu: “O sr. almirante nunca bebeu uns copos?”.
A dos perigosos sismos nos Açores que deu esta reportagem: Dois sismólogos e um geodesista entram num restaurante e multiplicam-se as teorias sobre São Jorge. “É um mistério”, dizem eles. Mas que nos fez entregar-lhe também esta reportagem em vídeo: “Um verdadeiro clima de terror”. Em São Jorge, a catástrofe ainda não aconteceu, mas a ilha está suspensa pelo medo.
E também a história de Maro, a vencedora do festival da canção que nos deixou arrepiados – e nós a esta professora de canto inglesa.
Saudade, cantará ela, em nosso nome. Nós, aqui no Expresso, também tínhamos saudades suas.
Que o mês que se segue nos traga paz a todos. Boas leituras e até já,
David Dinis
ddinis@expresso.impresa.pt
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário