sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Proteção de emergência ativada na central de Zaporíjia. - OBSERVADOR

Proteção de emergência ativada na central de Zaporíjia. Ucrânia acusa Rússia, russos rejeitam proposta de desmilitarização da ONU Regulador de energia ucraniano diz que foi ativada a proteção de emergência numa unidade da central, por risco de radiação e incêndio. Medvedev diz que centrais na Europa também podem ter "acidentes". Inês Capucho 12 ago 2022, 15:10 ▲Central nuclear ucraniana está sob controlo das forças russa
O regulador nuclear estatal da Ucrânia— Energoatom —, que controla a central nuclear de Zaporíjia, disse esta sexta-feira que essa instalação “opera com o risco de violar as normas de segurança contra radiação e incêndio”. Numa mensagem partilhada no Telegram e citada pela CNN, o Energoatom alegou que os bombardeamentos da central pelas forças russas na semana passada representam “um sério risco para a operação segura”. “Como resultado do ataque à central nuclear de Zaporíjia, a proteção de emergência numa das unidades de energia foi ativada; uma das três unidades de energia em funcionamento está agora desconectada”, disse o regulador nuclear estatal da Ucrânia. Apesar de estar controlada pelas forças russas, a maioria dos funcionários da central ainda é ucraniana e essa instalação “continua a operar” e a “produzir eletricidade para as necessidades do sistema energético doméstico”. Na semana passada, o Energoatom já tinha alertado que como consequência de um ataque russo havia um risco alto de “incêndio”, “fuga de hidrogénio e pulverização radioativa” na central nuclear de Zaporíjia. A proposta de desmilitarização da ONU e a ameaça de Medvedev As Nações Unidas têm-se pronunciado sobre o risco de acidente nuclear na central de Zaporíjia. “Estou extremamente preocupado”, assumiu no último fim de semana Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica. Há uma “longa série de relatórios cada vez mais alarmantes” vindos de ambos os lados do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu que a central nuclear “não seja usada como parte de nenhuma operação militar” e sugeriu um acordo para estabelecer um “perímetro de segurança e desmilitarização”. O representante russo na ONU, Vasyl Nebenzia, declarou, porém, que a Rússia não apoia essa proposta. “A desmilitarização da estação pode torná-la vulnerável aos que a quiserem visitar. Ninguém sabe quais seriam os seus objetivos. Não podemos excluir provocações ou ataques terroristas na central, que devemos proteger.” Já o antigo Presidente russo Dmitry Medvedev reagiu às acusações ucranianas de que a Rússia terá atacado a central nuclear.“Dizem que é a Rússia [atacou Zaporíjia]”. “Isso é obviamente 100% nonsense, até para o estúpido público russofóbico”, afirmou Medvedev num canal Telegram. O vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional russo foi ainda mais longe e deixou uma ameaça velada à Europa. “O que posso dizer? Não nos esqueçamos de que a União Europeia também tem centrais nucleares. Também podem acontecer acidentes lá”, escreveu.

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