sábado, 6 de agosto de 2022

Sarah Krivanek encontra-se na mesma prisão da basquetebolista Brittney Griner, na Rússia. ALERTAS OBSERVADOR , jornal electrónico português

"Como é que vim aqui parar? É tudo mentira." A história da norte-americana detida na Rússia com Brittney Griner Sarah Krivanek encontra-se na mesma prisão da basquetebolista Brittney Griner, na Rússia. A professora norte-americana foi detida em dezembro enquanto tentava deixar Moscovo. ▲Sarah Krivanek está detida na Rússia, na mesma prisão da basquetebolista Brittney Griner Quando Yekaterina Kalugina, ativista russa defensora dos direitos humanos, se dirigiu a uma prisão perto de Moscovo para falar com a basquetebolista Brittney Griner não esperava encontrar-se com outra norte-americana detida na Rússia. Ao contrário do mediático caso da estrela de basquetebol, o da professora era, até há pouco tempo, completamente desconhecido. Brittney Griner esteve calma durante a visita, mas Sarah Krivanek estava perturbada. Ela abraçou-me e começou a chorar. Ela disse: ‘Como é que vim aqui parar? É tudo mentira. Eu sou uma boa pessoa'”, contou a ativista russa defensora dos direitos humanos à revista People. Sarah Krivanek tem 46 anos e morava em Colorado Springs, nos EUA, até que se mudou para a Rússia em 2017 após se ter divorciado. Em solo russo, a professora começou a ensinar inglês a crianças locais. No ano passado, a 11 de novembro, envolveu-se numa discussão com o seu namorado russo Mikhail Karavaev. A história contada por Sarah é que o companheiro a atingiu no rosto quando estava bêbedo e para se defender fez-lhe “um pouco mais do que um arranhão”. Porém, a imprensa russa, citada pelo Daily Mail, noticiou que a professora tentou cortar o nariz do namorado com uma faca. Mikhail Karavaev chamou a polícia e Sarah Krivanek foi detida sendo acusada de ter “intenção de infligir danos corporais leves” e “ameaçar matar ou causar danos corporais graves”. No dia seguinte, em tribunal, a norte-americana declarou que se estava a defender do namorado, que retirou a queixa e disse à justiça que não pretendia atacá-la. “Nunca senti que a minha vida estivesse em perigo. Ela só estava com raiva porque eu estava a beber vodka. Eu fui o culpado”, revelou Mikhail Karavaev em tribunal, de acordo com a People. A detenção antes da fuga A professora norte-americana foi libertada sob fiança depois de concordar por escrito que não deixaria território russo até ao seu julgamento. Porém, decidiu informar-se na embaixada dos EUA em Moscovo e foi aconselhada a deixar a Rússia o mais rapidamente possível. A embaixada garantiu, posteriormente, que não tinha “recebido nenhuma notificação de qualquer ordem” para Sarah Krivanek “não deixar o país” e nem qualquer informação da “prisão” da mesma quando a aconselhou a deixar a Rússia. Assim, em 15 de dezembro, a professora recebeu um empréstimo de repatriação do governo dos EUA no valor de 200 dólares para ajudar a cobrir as despesas da viagem e foi escoltada por um diplomata até ao Aeroporto Sheremetyevo de Moscovo. A mulher tinha como destino Medicine Lodge, uma pequena cidade no Kansas, mas o avião descolou sem ela. Antes de embarcar Sarah Krivanek foi novamente detida, desta vez acusada de violar os termos da sua fiança. A norte-americana cumpre atualmente uma sentença de um ano e três meses. Sob custódia, poucas informações foram tornadas públicas sobre o caso. Ainda assim, a People detalhou que a mulher escreveu uma carta, em 7 de fevereiro (ainda antes da invasão russa da Ucrânia), para um “contacto não identificado” a quem pedia ajuda. Ligue para a embaixada em Washington DC e informe-os de que uma cidadã americana está numa prisão russa e até hoje ninguém me veio ver”, escreveu a mulher. Sarah Krivanek pediu ainda ajuda ao destinatário para comprar “champô, papel higiénico, pasta de dentes, sabão em pó, açúcar, café, frutas e vegetais” numa loja online que fornece produtos aos detidos. Contactados pela People, amigos e familiares da professora dizem não ter tido notícias dela desde julho e não sabem para quem é que a carta foi enviada. As autoridades norte-americanas afirmam continuar a “pressionar por um tratamento justo e transparente para todos os cidadãos” dos EUA detidos na Rússia. Contudo, os pedidos para que consigam fornecer serviços consulares são “constantemente atrasados” ou “negados”.

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