sábado, 24 de agosto de 2013

Que raio de assessores tem o homem? | (in) Transmissível

Que raio de assessores tem o homem?

Em plena campanha eleitoral, Luís Filipe Menezes ficou todo ofendido por terem interpretado mal uma acção de caridade que teve para com uma idosa, diabética, a qual pagou a renda de casa e a conta da luz, devido à pendência dum despejo. Segundo a sua candidatura, a intenção nunca foi comprar votos, mas ajudar um semelhante.
No entanto, terá isso essa realmente a única intenção? Talvez, mas vejamos:
Confrontado com a necessidade da idosa, Luís Filipe Menezes podia muito bem ter pedido a um amigo, a quem mais tarde privadamente ressarciria do montante despendido, para pagar as despesas da senhora. Desse modo, incógnito, resolvia a urgência da situação e mais tarde, eventualmente, quando a história se tornasse pública, a sua imagem teria outra dimensão.
Todavia, não foi isso que Luís Filipe Menezes fez.
Não vou conjecturar sobre as razões para Menezes ter feito o que fez. Para mim, é claro que procurou tirar dividendos políticos duma acção humanitária, o que por si só já corrói a intenção de ajudar.
Mas o tiro na culatra não se ficou, nem se fica, por aqui. E é precisamente neste ponto que as questões se multiplicam:
  • Primeiro, entendem-se duas explicações oficiais diferentes (aqui e aqui), para este caso?
  • Segundo, ao contrário do que afirmaram Luís Filipe Menezes e a sua estrutura, a idosa não tinha nenhum processo de despejo pendente. Será que se enganou ou haverá mais casos destes?
  • Terceiro, porque é que a secretária de Luís Filipe Menezes recebeu os munícipes portuenses, com rendas em atraso, que se dirigiram à Câmara Municipal de Gaia, adiando eventuais decisões para depois das eleições?
  • Quarto, será que a atitude seria a mesma se não se realizassem as eleições?
Como uma virgem ofendida, Luís Filipe Menezes pede respeito pelos direitos (que pensará dos deveres?) e, ao Presidente da Comissão Nacional de Eleições, tranquilidade e sensatez. Seria bom que alguém da sua entourage o fizesse perceber o quanto incoerente é ao exigir a outros o que não tem ou faz.
Mas, como eleitor, uma das coisas que me deixa mais apreensivo é a facilidade da variação de humor que Luís Filipe Menezes demonstra. Tão depressa é amável como irascível. Tão depressa está eufórico como deprimido. Esta circunstância é facilmente constatável nas acções de campanha e na sua reação às perguntas dos jornalistas ou às situações que não lhe agradam. Passa do oito ao oitenta num ápice. Daí que a dúvida me assalte. Será Luís Filipe Menezes bipolar?
Contudo, o maior problema de Luís Filipe Menezes não é pensar que pode fazer o que bem entender nem tampouco é a eventualidade de ser um maníaco-depressivo. Não! O seu maior problema é não ter nenhum assessor, ou até amigo, que lhe diga: Não. Não faça assim nem diga essas coisas!
Daí a minha pergunta inicial:
Que raio de assessores tem o homem?
Naturalmente, considerando todas as possibilidades, existe a hipótese de alguém lhe ter dito não e de Menezes não ter ouvido. Provavelmente, o ouvir ou não, dependerá do estado de humor. Quem sabe?

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