NOTA da Administração deste Blog: É com grande satisfação que tomei conhecimento deste tema, e assim, com a devida vénia, permito-me transcrever o que li. Gostaria de editar mais temas importantes sobre iniciativas deste tipo, pelo que estou receptivo a que me enviem o que acharem oportuno a ser publicado., a fim de eu aprovar a inclusão.
Henrique Cayolla
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Jornada “A Língua como Oportunidade” em Santiago de Compostela
Na XXXIII.ª Assembleia Geral da UCCLA, realizada em Luanda no passado mês de Abril, foi votada por unanimidade a entrada da cidade de Santiago de Compostela, capital da Galiza, Espanha, como Membro Observador da organização. Na sequência dessa entrada, a cidade de Santiago e a UCCLA resolveram realizar a Jornada “A Língua como Oportunidade”, que decorreu no dia 10 de julho.
A abertura da jornada contou com a intervenção do Secretário-Geral da UCCLA, Vítor Ramalho, que apresentou a organização que dirige, elencando as múltiplas realizações efetuadas ao longo destes 32 anos desde a sua fundação - na cooperação, na cultura, na igualdade de género, na recuperação patrimonial, na educação, etc -, e de que a União, prosseguindo os eixos de intervenção anteriores, se encontra numa nova fase, apostando numa maior intervenção na economia, focando-se numa perspetiva de cidades sustentáveis, no ambiente, na mobilidade urbana, na higiene urbana, na formação, entre outros.
Relativamente à jornada, Vítor Ramalho realçou a importância geoestratégica da língua portuguesa, os números de falantes e a sua expansão, e a similitude entre o galego/galaico e o português, até pelas suas origens comuns.
Este aspeto foi evidenciado pelas intervenções que se seguiram, como do Secretário-Geral da Academia Galega da Língua Portuguesa, Jóan Evans Pim, do Secretário-Geral da Política Linguística do Governo da Galiza, Valentin García Gómez, do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e do Embaixador do Brasil junto da CPLP, Gonçalo Melo Mourão.
A sessão inaugural foi encerrada pelo presidente do Concello de Santiago de Compostela, Martiño Noriega Sánchez, que sublinhou o trabalho que tem vindo a ser feito, desde os anos 80 do século passado, na normalização da língua galega não só como instrumento da administração, mas também no conjunto da sociedade.
É na continuação desse esforço que, por unanimidade de todas as forças políticas do município, foi solicitada a adesão à UCCLA e que, nesse sentido, se prossegue a linha de aproveitamento da língua portuguesa e o fortalecimento de vínculos com a lusofonia, aprovada pela denominada Lei Paz Andrade, igualmente por unanimidade de todas as forças políticas presentes no Parlamento Galego, pois dentro das potencialidades é importante valorizar o galego como língua de utilidade internacional, através do português.
Martiño Noriega Sánche terminou a sua intervenção afirmando que o Concello de Santiago tem a intenção de avançar neste caminho, percurso que tem vindo a ser feito culturalmente até agora mas que importa incorporar outras esferas como a económica, dado que a língua deve ser uma oportunidade e não uma dificuldade.
A jornada teve dois painéis: “A Oportunidade do Caminho Português de Santiago” e “A Oportunidade do Espaço Galaico-Luso-Afro-Américo-Asiático”. Confira aqui o programa.
O 1.º painel contou com as intervenções de Flavia Rimil (gerente da Empresa Municipal de Turismo da Câmara Municipal de Santiago), Wiktyoria Grygierzec (empresária do setor turístico), Ricardo Rio (presidente da Câmara Municipal de Braga), Rafael Sánchez Bargiel (diretor-gerente da S.A. Xestión do Plano Xacobeo), e Lídia Monteiro (diretora-coordenadora da programação Turística do Turismo de Portugal). O painel foi moderado pelo chefe de Gabinete do governo Municipal de Santiago, Miguel Rodriguez Penas.
De todas intervenções ressaltou a importância que os caminhos portugueses têm vindo a ter nas peregrinações a Santiago de Compostela, em detrimento do denominado “caminho francês” - fruto das melhorias introduzidas nos vários itinerários (que foram várias vezes elencados), da sua maior promoção e da massificação do “caminho francês”, o número de peregrinos que utilizam os caminhos portugueses (a partir de Lisboa, do Porto-interior e litoral, etc) têm vindo a ter uma acentuada procura, mais que duplicando os seus utilizadores. No entanto foram, também, apontadas carências de apoio que precisam de ser ultrapassadas, tendo a representante do turismo de Portugal dado conta de linhas de crédito para os municípios e associações de peregrinos.
O 2.º painel teve a particularidade de ser ilustrado com exemplos de oportunidades de negócios que se concretizaram nos vários países falantes do português, dada a similitude lexical e fonética entre o galego e o português, confundindo-se muitas vezes.
Moderado por Ângelo Cristóvão da Academia Galega da Língua Portuguesa (parceira nesta jornada), contou com as intervenções de Maria Rozas Pérez (primeira tenente do Alcalde e vereadora da Economia e Fazenda da Câmara Municipal de Santiago de Compostela), Xosé Lago García (sub-diretor xeral da Acción Exterior e de Cooperación Transfronteiriza da Dirección Xeral de Relacíons Exteriores e com a União Europeia), Gonçalo Constenla (diretor da Escola Oficial de Idiomas de Santiago de Compostela), José Ramom Pichel (diretor da empresa de sofware Imaxim) e Pedro Barros (presidente da Sociedade de Promoção e Gestão de Parques Empresariais do Entre Douro e Tâmega - Membro Apoiante da UCCLA e membro do Gabinete de Cooperação Económica da UCCLA) que, na qualidade de membro da UCCLA, apresentou os objetivos da organização referente à cooperação económica para o futuro, nomeadamente na aposta num contrato programa com a União Europeia que beneficie as cidades.
A jornada foi encerrada pela primeira tenente de Alcalde Maria Rozas Pérez.
A UCCLA espera, em breve, poder apresentar as intervenções que foram feitas durante o evento.
Após o encerramento da jornada e em conversas informais, foi avançada a ideia de, ainda durante este ano, se replicar esta jornada na sede da UCCLA, em Lisboa.
Fotos
Abertura:
Da esquerda para a direita: Jóan Evans Pim, Valentim Garcia Gómez, Gonçalo Mourão, Martiño Noriega, Ricardo Rio, Vitor Ramalho e José Bastos (UCCLA).
1.º Painel:
Da esquerda para a direita: Wiktoria Grygierze, Lidia Monteiro, Ricardo Rio, Flavia Ramil, Rafael Sánchez e Miguel Penas.
2.º Painel:
Da esquerda para a direita: José Ramos Pichel, Pedro Barros, Xosé Lago Garcia, Maria Rozas Pérez, Gonçalo Costenda e Ângelo Cristóvão.
Publicado em 12-07-2017
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