sábado, 20 de agosto de 2022

Ucranianos treinam no Reino Unido - OBSERVADOR -

"Tenho medo de morrer, mas estou preparado para lutar": ucranianos treinam no Reino Unido Serhiil era analista e Zakhar engenheiro, mas com a guerra trocaram de vida e vestiram o uniforme militar. O trabalho, a família e a pátria ficaram para trás enquanto recebem formação no Reino Unido. Serhiil, de 25 anos, nunca tinha pegado numa arma até que, há um mês, deixou o trabalho como analista e decidiu alistar-se no exército ucraniano. Zakhar era um engenheiro civil, mas deixou o cargo e a família para vestir o uniforme militar. A vida que conheciam ficou para trás e agora iniciaram um novo capitulo enquanto soldados. Fazem parte do segundo grupo de várias centenas de recrutas ucranianos enviados para formação no Reino Unido. A 1,600 quilómetros de casa, treinam para defender o país da invasão russa. O grupo está a treinar numa base do exército no sudeste da Inglaterra, depois de, em junho, o primeiro-ministro britânico demissionário, Boris Johnson, ter dito que o país estava pronto para treinar até 10.000 soldados a cada 120 dias. “Tenho medo de morrer, mas estou preparado para lutar. Temos de fazer tudo o que podermos para acabar com esta guerra“, disse ao El Mundo Serhiil, que não quis revelar o apelido por razões de segurança. Filho único, decidiu alistar-se depois de ouvir os relatos de guerra em zonas como Bucha e Mariupol. Convenceu-se de que tinha de fazer algo e acredita que estará pronto para a guerra assim que acabar a formação. “Vou lutar enquanto tiver de o fazer. Esta guerra tem de acabar” À semelhança de vários meios de comunicação internacionais, o jornal espanhol esteve a assistir aos treinos, nos quais os soldados praticam exercícios com armas, táticas de patrulha e primeiros socorros. Os recrutas estão a passar por uma versão condensada daquilo que é o treino de infantaria do exército britânico. O objetivo é, numa questão de semanas, preparar os voluntários, muitos sem experiência militar, para o cenário com que vão ser confrontados num campo de batalha. São o segundo grupo a receber formação no Reino Unido, depois de o primeiro ter partido para reforçar as fileiras ucranianas. “Estamos a realizar um treino base de infantaria que os ensina a disparar bem, a mover-se e a comunicar bem em qualquer ambiente tático”, disse à Associated Press o major Craig Hutton, que está a ajudar a supervisionar o curso. Revela que, apesar da falta de experiência militar, se mostram “motivados” e com vontade de aprender. Em declarações à AP, Zakhar, um dos recrutas, admite que é difícil estar longe do país e da família. “Deixei os meus pais, os meus irmãos e irmãs, os meus familiares para ganhar conhecimentos e experiências que me vão ajudar a libertar o nosso território dos invasores“, afirmou. Os treinos estão a decorrer em quatro bases do Reino Unido e estão a mobilizar mais de 1.000 funcionários. Vários países já anunciaram que vão enviar formadores para o país, com o Canadá a prometer enviar 225 instrutores militares.

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