sábado, 24 de agosto de 2013

TROFA - Jornal "Correio da Trofa" - Excelente artigo - Entrevista a Luís Pinheiro "Trocar desperdícios por pontes".



T R O F A

Trocar desperdícios por pontes       por Luís Pinheiro

Qual é o principal problema nesta Terra?

É muito difícil eleger apenas um pois eles são tantos e a precisar de resolução urgente. O maior e mais preocupante é, sem dúvida, a falta de visão, estratégia e capacidade/ peso político dos nossos autarcas. Para além deste temos graves problemas sociais que se devem sobretudo ao desemprego resultante da falência das empresas cada vez em menor número na Trofa, porque fecham ou fogem para os concelhos vizinhos que lhes dão melhores condições.

É lastimável o estado das estradas pois têm o piso em degradação contínua e acelerada, sem perspectivas de resolução a curto prazo porque a repavimentação é cara e a CM da Trofa não tem dinheiro. É o congestionamento crónico do trânsito porque todo o tráfego é encaminhado para o Catulo e a ponte sobre o rio Ave, porque os nossos autarcas não têm tido a força política suficiente para levar o poder central a construir as variantes às EN 14 e 104. Mais, a variante que está no papel serve na "perfeição" os concelhos da Maia, S. Tirso e Famalicão, mas o concelho da Trofa só em parte. Urna variante com li· gação a Famalicão em Ervosa não serve certamente os Trofenses e pouco contribuirá para descongestionar o trânsito no centro da Trofa.

Por outro lado, 15 anos após a criação do concelho, esta Terra tem um endividamento crónico e insustentável porque criou um monstro esfomeado que se vê aflita para sustentar. As receitas mal dão para sustentar o monstro. Não sobra nada para investimento. A Câmara ainda não tem um horto municipal, um edifício para instalar oficinas, garagens e outros, e um edifício para os Paços do Concelho, próprios. Mas em rendas nestes quinze anos já pagou as instalações que ocupou ou ocupa. Resultado a Câmara pagou mas tem ZEROOOOOO. E assim vai continuar. É com gestores desta categoria que o concelho da Trofa se tem afundado. Serão os nossos autarcas estúpidos ou por detrás desta aparente incompetência existem outros interesses obscuros de favorecimento ou paga de "favores". Quem souber que responda?
Quem paga um empréstimo ao fim de 20 ou 30 anos é proprietário dos bens que adquiriu com esse empréstimo. Quem paga renda, ao fim do mesmo tempo, tem zero.

 Continuando nesta senda de falar de desperdício ou má gestão de dinheiros públicos é inevitável abordar a obra do momento – a destruição dos parques. As obras de desqualificação do parque, em curso, custarão cerca de 10 milhões de euros, se a Metro do Porto fizer a sua parte, isto é: aterrar o canal ferroviário, pavimentar o adro da capela NS das Dores, praça e restante espaço do canal aterrado e ligar as ruas Abade Joaquim José Pedrosa e Dr. Lima Carneiro. Relembro que as obras dos parques custam cerca de 6,5 milhões de euros e o restante, cerca de 3 milhões, é para festins com designações pomposas como dinamização, animação, promoção, sensibilização, gestão, coordenação … Por outras palavras despesas inúteis para proveito de alguns, poucos, e recreio breve de outros tantos. E assim em poucos dias e numas quantas dezenas de horas se queimam inutilmente cerca de 3 milhões de euros. Terminado o festim o que resta. Nada. Absolutamente nada.

Se em lugar de projectos inúteis por não serem geradores de obra com proveitos futuros e para todos os Trofenses a Câmara tivesse candidatado ao QREN outras obras muito mais proveitosas para a melhoria da qualidade de vida como duas novas travessias sobre o Rio Ave, uma perto do Hospital da Trofa e outra entre Bairros e o Bicho, ou próxima da Frezite, desde que fossem previamente eliminados alguns estrangulamentos, antes da feira e antes da Frezite (os candidatos do PSD defendem esta ultima). Uma ou outra são interessantes. Tudo depende da perspectiva de desenvolvimento rodoviário e da articulação a fazer com outros planos e estruturas nos concelhos da Trofa e Famalicão. Alguns candidatos a autarcas no Concelho de Famalicão prometem uma nova travessia sobre o Rio Ave a poente da actual. Vamos lá aproveitar esta convergência de vontades nos dois concelhos. De que estão à espera? Também seria muito útil ressuscitar a VIM entre a rotunda junto à EB 2/3 Napoleão Sousa Marques e Lousado, passando pelo Hospital da Trofa.
Tendo como referência a ponte rodoviária sobre o Rio Ave em Retorta, Vila do Conde, que custou 1,8 milhões de euros, as duas pontes sugeridas custariam 3,6 milhões de euros. Este custo partilhado pelos dois municípios daria 1,8 mihões de euros a cada um, isto é pouco mais de metade das verbas do QREN consumido e a consumir pela Câmara em festins. Não tem discussão nem comparação possível os benefícios de um gasto e outro. Um fica para sempre e contribui para a melhoria da qualidade de vida dos Trofenses ao descongestionar o trânsito na cidade e o outro, o gasto em festas, esvai-se como o fumo em dia de vento. Nem o cheiro fica...

Por outro lado a obra útil nos parques NS das Dores e Dr. Lima. Carneiro consistia em unir e "nivelar" os dois parques, construir novas instalações sanitárias e um novo bar. Tudo isto custaria cerca de 2 milhões de euros e a requalificação até poderia ser executada conforme o projecto da CM da Trofa, mas sem o parque de estacionamento e o edifício para serviços, subterrâneos, pois aí não é o local adequado para estes. equipamentos e não mexer na concepção e estrutura do parque Dr. Lima Carneiro.

Como vemos os projectos mais úteis para o concelho da Trofa são baratos. Basta pensá-los projectá-los e candidatá-los. A Trofa não precisa de projectos despesistas e megalómanos mas antes de pequenos projectos, dispersos e necessários para todos os Trofenses.
 Escrevi sobre as pontes mas poderia ter sugerido novos espaços verdes e equipamentos desportivos e muitos outros por todo o Concelho. Não vou dar pistas para as promessas eleitorais. Não sou candidato a nada... Não está certo gastar mal treze milhões de euros em S. Martinho de Bougado e deixar as restantes freguesias na penúria. Não é deste modo que se constrói um concelho coeso e desenvolvido.

TROFENSES NÃO É COM PASSIVIDADE E SILÊNCIO QUE SE DEFENDE A TROFA.

A TROFA NÃO ESTÁ BEM. SE NÃO QUERES MUDAR DE TERRA, MUDA-A.
AGE E REAGE. NÃO TE DEMITAS. NÃO TE ACOBARDES.

A TROFA É DOS TROFENSES. É TUA.


Luís Pinheiro

1 comentário:

  1. Quem fala assim não é gago!
    O que está mal na Trofa, apontando soluções, próprias de um bom gestor.

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