T R O F A
Trocar desperdícios por
pontes por Luís Pinheiro
Qual é o principal
problema nesta Terra?
É muito difícil eleger apenas um pois eles são tantos e a
precisar de resolução urgente. O maior e mais preocupante é, sem dúvida, a
falta de visão, estratégia e capacidade/ peso político dos nossos autarcas.
Para além deste temos graves problemas sociais que se devem sobretudo ao
desemprego resultante da falência das empresas cada vez em menor número na
Trofa, porque fecham ou fogem para os concelhos vizinhos que lhes dão melhores
condições.
É lastimável o estado das estradas pois têm o piso em
degradação contínua e acelerada, sem perspectivas de resolução a curto prazo
porque a repavimentação é cara e a CM da Trofa não tem dinheiro. É o
congestionamento crónico do trânsito porque todo o tráfego é encaminhado para o
Catulo e a ponte sobre o rio Ave, porque os nossos autarcas não têm tido a
força política suficiente para levar o poder central a construir as variantes
às EN 14 e 104. Mais, a variante que está no papel serve na
"perfeição" os concelhos da Maia, S. Tirso e Famalicão, mas o
concelho da Trofa só em parte. Urna variante com li· gação a Famalicão em
Ervosa não serve certamente os Trofenses e pouco contribuirá para
descongestionar o trânsito no centro da Trofa.
Por outro lado, 15 anos após a criação do concelho, esta
Terra tem um endividamento crónico e insustentável porque criou um monstro
esfomeado que se vê aflita para sustentar. As receitas mal dão para sustentar o
monstro. Não sobra nada para investimento. A Câmara ainda não tem um horto
municipal, um edifício para instalar oficinas, garagens e outros, e um edifício
para os Paços do Concelho, próprios. Mas em rendas nestes quinze anos já pagou
as instalações que ocupou ou ocupa. Resultado a Câmara pagou mas tem ZEROOOOOO.
E assim vai continuar. É com gestores desta categoria que o concelho da Trofa
se tem afundado. Serão os nossos autarcas estúpidos ou por detrás desta
aparente incompetência existem outros interesses obscuros de favorecimento ou
paga de "favores". Quem souber que responda?
Quem paga um empréstimo ao fim de 20 ou 30 anos é proprietário
dos bens que adquiriu com esse empréstimo. Quem paga renda, ao fim do mesmo
tempo, tem zero.
Continuando nesta senda
de falar de desperdício ou má gestão de dinheiros públicos é inevitável abordar
a obra do momento – a destruição dos parques. As obras de desqualificação do
parque, em curso, custarão cerca de 10 milhões de euros, se a Metro do Porto
fizer a sua parte, isto é: aterrar o canal ferroviário, pavimentar o adro da
capela NS das Dores, praça e restante espaço do canal aterrado e ligar as ruas
Abade Joaquim José Pedrosa e Dr. Lima Carneiro. Relembro que as obras dos parques
custam cerca de 6,5 milhões de euros e o restante, cerca de 3 milhões, é para
festins com designações pomposas como dinamização, animação, promoção, sensibilização,
gestão, coordenação … Por outras palavras despesas inúteis para proveito de
alguns, poucos, e recreio breve de outros tantos. E assim em poucos dias e
numas quantas dezenas de horas se queimam inutilmente cerca de 3 milhões de
euros. Terminado o festim o que resta. Nada. Absolutamente nada.
Se em lugar de projectos inúteis por não serem geradores de
obra com proveitos futuros e para todos os Trofenses a Câmara tivesse
candidatado ao QREN outras obras muito mais proveitosas para a melhoria da
qualidade de vida como duas novas travessias sobre o Rio Ave, uma perto do
Hospital da Trofa e outra entre Bairros e o Bicho, ou próxima da Frezite, desde
que fossem previamente eliminados alguns estrangulamentos, antes da feira e
antes da Frezite (os candidatos do PSD defendem esta ultima). Uma ou outra são
interessantes. Tudo depende da perspectiva de desenvolvimento rodoviário e da
articulação a fazer com outros planos e estruturas nos concelhos da Trofa e
Famalicão. Alguns candidatos a autarcas no Concelho de Famalicão prometem uma
nova travessia sobre o Rio Ave a poente da actual. Vamos lá aproveitar esta
convergência de vontades nos dois concelhos. De que estão à espera? Também
seria muito útil ressuscitar a VIM entre a rotunda junto à EB 2/3 Napoleão
Sousa Marques e Lousado, passando pelo Hospital da Trofa.
Tendo como referência a ponte rodoviária sobre o Rio Ave em
Retorta, Vila do Conde, que custou 1,8 milhões de euros, as duas pontes
sugeridas custariam 3,6 milhões de euros. Este custo partilhado pelos dois municípios
daria 1,8 mihões de euros a cada um, isto é pouco mais de metade das verbas do
QREN consumido e a consumir pela Câmara em festins. Não tem discussão nem
comparação possível os benefícios de um gasto e outro. Um fica para sempre e
contribui para a melhoria da qualidade de vida dos Trofenses ao descongestionar
o trânsito na cidade e o outro, o gasto em festas, esvai-se como o fumo em dia
de vento. Nem o cheiro fica...
Por outro lado a obra útil nos parques NS das Dores e Dr.
Lima. Carneiro consistia em unir e "nivelar" os dois parques,
construir novas instalações sanitárias e um novo bar. Tudo isto custaria cerca
de 2 milhões de euros e a requalificação até poderia ser executada conforme o
projecto da CM da Trofa, mas sem o parque de estacionamento e o edifício para
serviços, subterrâneos, pois aí não é o local adequado para estes. equipamentos
e não mexer na concepção e estrutura do parque Dr. Lima Carneiro.
Como vemos os projectos mais úteis para o concelho da Trofa
são baratos. Basta pensá-los projectá-los e candidatá-los. A Trofa não precisa
de projectos despesistas e megalómanos mas antes de pequenos projectos,
dispersos e necessários para todos os Trofenses.
Escrevi sobre as
pontes mas poderia ter sugerido novos espaços verdes e equipamentos desportivos
e muitos outros por todo o Concelho. Não vou dar pistas para as promessas
eleitorais. Não sou candidato a nada... Não está certo gastar mal treze milhões
de euros em S. Martinho de Bougado e deixar as restantes freguesias na penúria.
Não é deste modo que se constrói um concelho coeso e desenvolvido.
TROFENSES NÃO É COM
PASSIVIDADE E SILÊNCIO QUE SE DEFENDE A TROFA.
A TROFA NÃO ESTÁ BEM. SE
NÃO QUERES MUDAR DE TERRA, MUDA-A.
AGE E REAGE. NÃO TE
DEMITAS. NÃO TE ACOBARDES.
A TROFA É DOS TROFENSES. É
TUA.
Luís Pinheiro
Quem fala assim não é gago!
ResponderEliminarO que está mal na Trofa, apontando soluções, próprias de um bom gestor.