sexta-feira, 5 de agosto de 2022
MORREU OLGA KACHURA, a "senhora morte" de PUTIN QUE GOSTAVA DE "disparar contra ucranianos" | OBSERVADOR - Jornal electrónico português |
Morreu Olga Kachura, a "senhora morte" de Putin que gostava de "disparar contra ucranianos"
A coronel Olga Kachura foi a primeira mulher com alta patente das forças russas a perder a vida na Ucrânia. Acusada de crimes de guerra, Putin condecorou-a com o título Heroína da Rússia.
▲Olga Kachura morreu quando estava a conduzir em Horlivka
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Era conhecida como a “Senhora Morte” de Vladimir Putin e confessou que “gostava de disparar contra ucranianos”. Morreu a coronel Olga Kachura, a primeira mulher pertencente a uma alta patente das forças russas a perder vida na Ucrânia, após um ataque com mísseis na cidade de Horlivka, em Donetsk.
A Ucrânia não reivindicou o ataque, mas a Rússia alega que o disparo partiu das tropas ucranianas. Ao que apurou o Telegraph, o Presidente russo, Vladimir Putin, já assinou esta quinta-feira um decreto que concede a Olga Kachura o título de Heroína da Rússia, a mais alta condecoração militar a título póstumo, em homenagem à “sua coragem e heroísmo enquanto desempenhava o seu dever militar”.
Olga Kachura morreu quando estava a conduzir em Horlivka. A mulher de 52 anos era a chefe da divisão de artilharia e foguetes da autoproclamada República Popular pró-russa de Donetsk. Foi polícia durante quase toda a vida e, em 2014, quando a Rússia lançou uma ofensiva no leste da Ucrânia, decidiu juntar-se a um batalhão para lutar contra as forças de Kiev
“Gosto de disparar contra ucranianos”, assumiu Olga Kachura numa entrevista à televisão estatal russa citada pelo Telegraph. Na sua última entrevista ao jornal Rossiyskaya Gazeta, a militar foi ainda mais longe e indicou que não estava apenas a lutar contra os ucranianos. “Eu estou a lutar contra a NATO”, garantiu, descrevendo o território da Ucrânia como um “campo de tiro”.
Para Olga Kachura, valia tudo no terreno — daí lhe ter sido dada a alcunha de “Senhora Morte”. As Forças Armadas ucranianas acusavam-na de se disfarçar com a farda militar da Ucrânia para cometer crimes de guerra — sabotando dessa maneira os esforços de Kiev.
Por integrar grupos terroristas e por todos os crimes de guerra que cometeu desde 2014, os tribunais ucranianos condenaram-na, em janeiro deste ano, a 12 anos de prisão, num julgamento à revelia, o que fez com que Olga Kachura nunca chegasse a cumprir a pena.
Se por um lado era odiada pelo regime de Volodymyr Zelensky, por outro Olga Kachura era vista como uma heroína pelas forças independentistas do leste da Ucrânia.
Margarita Simonyan, editora-chefe do canal de televisão Russia Today e uma das principais propagandistas do Kremlin, prestou homenagem a Olga Kachura, uma mulher “legendária”, saudando a iniciativa do Presidente russo em considerá-la uma heroína. “Estes são os nossos heróis comuns.”
Desde o início da guerra na Ucrânia, já morreram 97 altas patentes pertencentes a forças pró-Rússia.
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